Já realizada em três ocasiões, a "peneira" de recadastramento dos 5.000 instruendos que há seis meses estavam em formação na Escola Nacional de Migração (ENAMI), em Luanda, que a quatro dias do seu término foi suspensa, já levou a desistências, ou seja, recrutas que faltaram ao cadastramento.

Fontes do Novo Jornal junto do processo asseguram que esses formandos, desistentes, são os que supostamente entraram pela porta do "cavalo" no curso.

Segundo a mesma fonte, os recrutas, para além de não comparecerem, desligaram os telemóveis no dia marcado para o recadastramento.

O crivo ao processo dos recrutas é feito por uma comissão do SME, coadjuvada por elementos do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE).

Conforme as fontes, já foram detectadas, no processo, várias adulterações de idades e expostos formandos com ficha criminal activa.

A fonte refere que vários candidatos não têm sequer perfil para o curso de migração, porque lhes foram detectadas tatuagens pelo corpo todo, inclusive acima do pescoço.

Na "peneira" do recadastramento, vários são os Bilhetes de Identidade (BI) falsos, com a idade adulterada.

Entretanto, essas desistências, descrevem as fontes, só vêm provar que efectivamente neste curso foram detectadas com precisão irregularidades gravíssimas que ditaram a interrupção da formação, a quatro dias do seu término.

O Novo Jornal apurou que após esta fase, os instruendos aptos farão novos testes de admissão.

A direcção do SME salienta que "todos aqueles formandos que estão conscientes de que preenchem os requisitos de ingresso devem ficar calmos".

Importa lembrar que o Ministério do Interior (MININT), através da direcção do SME, suspendeu o 2.º curso Básico de Migração, a quatro dias do encerramento do curso.