As 50 jovens expulsas, segundo a acusação, decidiram de forma colectiva gravar um vídeo, devidamente fardadas, que depois publicaram na rede social "TIK TOK", desrespeitado assim as normas do regime castrense.

O vídeo da expulsão das militares, que se tornou viral durante o fim-de-semana nas redes sociais, dividiu opiniões. Uns afirmam que a medida foi excessiva, outros aplaudem a postura do comando central do Exército.

Alguns internautas dizem que as jovens excederam no vídeo ao exporem a farda e os cargos que exerciam nas FAA, "fazendo brincadeiras nas redes socias".

O general de aviação Altino Carlos José dos Santos, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, disse, durante o acto de expulsão, que as acusadas cometeram o acto de indisciplina nas redes sociais fazendo o uso da farda.

Segundo o chefe do Estado-Maior, a farda militar não é para servir de uniforme de teatro nem nas redes socias.

"Quem quiser fazer teatro inscreva-se na brigada artística das FAA. No nosso seio, com a nossa farda, não aceitamos! Em menos de uma semana apanhamos quem colocar o vídeo nas redes sociais", avisou o número um Forças Armadas Angolanas.

Conforme o general Altino Carlos, as FAA têm capacidade para encontrar o militar que publicar, nas redes sociais, vídeos em que se mostra fardado.

Entretanto, um oficial da Polícia Judiciária Militar, que preferiu não ser identificado, disse ao Novo Jornal que "o regime castrense tem normas de conduta e disciplina que os militares em fase de instrução aprendem".

"Os militares sabem sobre os castigos por cada infracção. E muita destas infracções vão desde a advertência até à expulsão", contou o oficial, acrescentando que "as instituições castrenses são sérias e não se deve permitir brincadeiras", explicou.

Nas redes sociais várias são as reacções, umas de satisfação com a expulsão das 50 jovens, por considerarem que foram irresponsáveis, outra de indignação, considerando a medida excessiva, visto que em outros países há militares a fazer vídeos fardados.

O oficial da Polícia Judiciária Militar com quem o Novo Jornal conversou desdramatizou a situação, dizendo as jovens expulsas não foram punidas por exibirem o fardamento, mas sim pelo conteúdo do vídeo estando fardadas.

Este oficial, que não aceitou pormenorizar os detalhes do vídeo que indignou as FAA, assegurou que as acusadas foram antes julgadas pelo Tribunal Militar que ditou a sua expulsão.

O Novo Jornal apurou que as jovens expulsas são na sua maioria do Instituto Superior Técnico Militar (ISTM).