O Ministério da Educação (MED) está a ser duramente criticado por directores de escolas, professores e pela Associação Nacional do Ensino Particular por recorrer a técnicos de nacionalidade portuguesa para elaborar e corrigir as provas, assim como proceder à avaliação da implementação da fase piloto dos exames nacionais, que se realizam nos dias 23 e 24 de Junho, abrangendo alunos das 6.ª e 12.ª classes, numa amostra de dois mil alunos, correspondendo à média de 56 turmas.

Os exames, com incidência nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, serão conduzidos pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento e Acreditação da Educação (INADE), em coordenação com o Instituto de Avaliação Educativa de Portugal (IAVE).

O anúncio, entretanto, não foi bem recebido pelos gestores escolares e sindicalistas, que reprovam a decisão de se chamar técnicos portugueses para avaliar os alunos e professores angolanos. Na lista de críticas, entra ainda o facto de a amostra não responder o mínimo de 10%, além dos gastos alegadamente "excessivos" que o País terá com a contratação do IAVE de Portugal.

Por exemplo, sob anonimato, o gestor de um importante liceu de Luanda considera "deselegante" o MED recorrer a expatriados para tratar dos exames nacionais do ensino geral. Para a fonte, a nível das escolas, existem quadros que podiam emprestar o seu saber e experiência neste processo. "Hoje, em muitas escolas, há professores muito competentes e com bastante experiência. Muitos têm estado a actualizar os seus conhecimentos com várias formações ligadas ao nosso sector, chegando a alcançar os graus académicos de mestres e doutores. As pessoas estudam dentro e fora de Angola para quê, se o nosso próprio sector não nos valoriza?", desabafa a fonte, que tem a sua «frustração» partilhada pelo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF). Admar Jinguma reitera não haver necessidade de o MED contratar profissionais portugueses para tratar do "dossier" exames nacionais, porque, a seu ver, a nível do pelouro de Luísa Grilo e dos gabinetes provinciais, existem quadros com competências para responder a este desafio.

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