Num comunicado divulgado nesta quarta-feira, 26, a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) anunciou que o primeiro dos dois navios-sonda encomendados pela Sonangol em 2012 será entregue no final de Janeiro de 2019, ficando a entrega do segundo programada para o final de Março.
Nos termos do acordo, quando a entrega for concluída, a petrolífera angolana terá de pagar 800 milhões de dólares, equivalentes cerca de 80% do valor do contrato, devendo o resto da dívida ser liquidado em acções.
As contas acabaram por enguiçar nas dificuldades financeiras da Sonangol, que, com a queda do preço do barril do petróleo adiou a despesa, que deveria ter sido efectuada em 2015, situação que deixou a DSME com uma grave crise de liquidez.
Os problemas foram entretanto ultrapassados, conforme anunciou a petrolífera angolana num comunicado datado de Maio.
Na nota, a Sonangol referia que chegou a um entendimento com a DSME, de forma a garantir a entrada em funcionamento dos navios-sonda no próximo ano.
Segundo a imprensa sul-coreana, esse compromisso isenta a DSME da prestação de serviços de garantia, que, por norma são assegurados pelo fabricante durante o período de um ano e seis messes.
Dois navios-sonda, uma nova oportunidade
Os dois navios, construídos sob encomenda da Sonangol, deverão ser peças-chave na estratégia da petrolífera que prevê, para 2019, o recrudescimento dos projectos de desenvolvimento e exploração petrolífera, tendo Carlos Saturnino recebido as manifestações de interesse da ENSCO em recorrer aos serviços destas duas unidades de prospecção.
Com a entrada em funcionamento dos dois navios-sonda construídos pela DSME, a Sonangol abre uma janela de oportunidade para lidar com o desinvestimento na área da prospecção pelas multinacionais a actuar no offshore angolano, motivado pela crise petrolífera de 2014, que levou o barril a preços muito baixos, chegando aos 29 USD em Fevereiro de 2016, afastando-as de novos investimentos na área.