"Ainda não tenho uma informação oficial sobre o interesse da India em apresentar a sua candidatura como observador associado da CPLP. Mas tenho indicações que o país quer aderir à CPLP como membro associado, tal como o Japão", disse Murade Murargy sobre a hipótese avançada por Constantino Xavier, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa.

" Há muitos países que se querem aproximar da CPLP para serem membros associados. É bom para a nossa comunidade e é uma forma de expandir a nossa acção e a nossa influência nesses países", prosseguiu.

Murargy disse à Lusa que "a Índia, o Japão e a Turquia estão a desenvolver relações muito fortes com os países membros da CPLP, como Angola, Moçambique e Brasil. É natural que queiram estar mais próximos, para compreenderem processos e agir nessa ordem de ideias".

O secretário-geral da CPLP adiantou que a existência de países observadores será uma forma de os oito Estados-membros da comunidade (Angola, Cabo Verde, Brasil, Portugal, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) terem maior influência nesses países, divulgar a língua portuguesa e os valores culturais.

O investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, Constantino Xavier, afirmou que a Índia tem "interesse" em aderir à CPLP.

" Os indianos têm praticamente aproveitado e procurado entrar em qualquer organização multilateral de significância. Têm procurado ser observadores no maior número de instituições, e, como tal, parece-me que é daí que vem esse interesse", disse Constantino Xavier, em declarações à Lusa.

"São todos países que, por uma razão ou outra, são importantes para os interesses económicos indianos, dos recursos energéticos ao comércio, mas também em questões de segurança no Oceano Índico", exemplificou o investigador.

O estatuto de observador da CPLP foi criado na II Cimeira de Chefes de Estado e do Governo, que aconteceu na Cidade da Praia, em julho de 1998.

Os observadores associados beneficiam dessa qualidade a título permanente e poderão participar, sem direito a voto, nas cimeiras de chefes de Estado e de Governo, bem como no Conselho de Ministros.

A Guiné Equatorial, Senegal e Ilhas Maurícias são, neste momento, os três observadores associados da CPLP.

Angop / Novo Jornal