Samakuva
As candidaturas de Isaías Samakuva, presidente desde 2003, e dos deputados e generais Paulo Lukamba "Gato" e Abílio Kamalata Numa foram já apresentadas, aguardando apenas o pronunciamento oficial. As razões da candidatura O presidente cessante, Isaías Samakuva, diz que se candidata a esta eleição para preparar a UNITA "rumo à vitória" nas eleições gerais de 2017.
"Candidato-me a esta eleição para ter a oportunidade de apresentar aos angolanos, no tempo devido, a minha visão sobre a materialização efectiva da mudança em Angola", prometeu. Segundo Samakuva, com esta candidatura, responde "positivamente" aos apelos e anseios, porque partilha da convicção de que, como a mudança está a chegar, o trabalho de preparação da UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017 precisa de ser concluído pela mesma equipa que o iniciou, aquela que causou a mudança.
"A UNITA causou a mudança de modo silencioso, mas decisivo, durante os últimos anos, quando alterou decididamente tanto a natureza do conflito como os sujeitos em conflito", frisou. Para o político, "hoje, as partes em conflito não são mais o MPLA e a UNITA, mas existe um sério conflito sociopolítico entre o regime do MPLA e o povo soberano de Angola".
Quem é Samakuva Filho de Henrique Ngola Samakuva e de Rosália Ani Ulundu, Isaías Samakuva nasceu a 08 de Julho de 1946 em Silva Porto-Gare (actual Kunje), na província do Bié, no planalto central. Em 1970, foi professor na Missão Evangélica de Camundongo e depois fez um curso de teologia no Seminário de Dondi, onde se tornou pastor evangélico.
A entrada formal na UNITA deu-se em 1974 e, um ano mais tarde, foi admitido como funcionário do Ministério do Trabalho, no então Governo de Transição de Angola. Em 1976, devido à insegurança política, retirou-se para as matas, instalando-se numa das bases da UNITA na então Região Militar 25, transitando depois para a Região 45, onde ocupou o cargo de chefe de gabinete do posto de comando.
Entre 1989 e 1993, foi representante da UNITA no Reino Unido e, mais tarde, delegado na Europa. Depois do fracassado acordo de paz assinado em Lisboa (1991) e do Protocolo de Lusaca (1994) foi constituído em Luanda o Governo de Unidade Reconciliação Nacional e Samakuva regressou então a Angola para liderar a delegação do partido na Comissão Conjunta constituída para acompanhar a aplicação do Protocolo de Lusaca.
Lukamba Paulo Gato
É candidato à presidência da UNITA porque sente a determinação e a decisão de representar, as vontades de muitos militantes, de amigos da sociedade civil e de democratas de todos os quadrantes que esperam que o XII Congresso produza uma UNITA que se constitua numa referência democrática irrefutável em Angola.
"Sou candidato porque acredito que os militantes do nosso Partido, delegados ao XII Congresso, têm a perfeita noção de que o ciclo que este Congresso pode fechar, na vida da UNITA, é determinante para o seu futuro", disse Gato.
O político promete velar "escrupulosamente" pela matriz ideológica da UNITA, reafirmada no seu X Congresso, e o seu desenvolvimento, por forma que esta inspire permanentemente a sua visão sobre a sociedade.
"Candidato-me para fazer da UNITA uma efectiva partícipe da dinâmica da vida social em todas as suas variantes sejam elas: culturais; sociais; espirituais; económicas; desportivas ou de outra natureza. Temos de conviver realmente com as realidades da nossa sociedade angolana e assim, comunicar aos nossos compatriotas o nosso sentido de pátria e da reconciliação Nacional", frisou.
Lukamba Paulo "Gato" nasceu aos 13 de Maio de 1945, no município do Bailundo. Filho de Zacarias Sanjolomba e de Luisa Lussinga. Estudou no Bailundo e no Huambo onde concluiu o ensino secundário no liceu Norton de Matos em 1974. É formado em Relações Internacionais na "Atlantic International University" em Honolulu, Hawai. Fala umbundo, português, francês e inglês. Em 1983 foi nomeado representante da UNITA em França.
Em 1990 participou em Évora-Portugal na preparação do quadro político-jurídico que viria a dar origem aos Acordos de Bicesse, assinados entre o Governo e a UNITA. Em 1993 participou na retomada do processo negocial em Addis-Abeba com o Governo.
Em 2002 presidiu em Luanda à cerimónia de reunificação da UNITA. Em 2012 foi reeleito deputado à Assembleia Nacional onde é vice-presidente da Comissão das Relações Exteriores e Cooperação Internacional.
Kamalata Numa
Embora não tenha anunciado oficialmente a sua candidatura, Kamalata "Numa" já depositou toda a documentação junto da comissão nacional eleitoral. Foi o primeiro a anunciar à imprensa que iria concorrer à liderança do partido.
"Vou concorrer para me juntar ao esforço nacional genuíno de angolanos, no seio do MPLA, no seio da sociedade civil e no seio de outros partidos", disse na altura Numa. "Não vou recuar, acho que Angola está em primeiro lugar e o curso que as coisas têm estado a tomar nos últimos tempos, são momentos que me preocupam. São momentos que me levam a dizer que teremos de encontrar outra forma de fazer política neste país", acrescentou. Entretanto, Numa defendeu que, sendo Samakuva um militante importante, ele deve ser o cabeça de lista da UNITA para as eleições gerais de 2017.
"Temos que estar conscientes de que o presidente Samakuva devia representar o partido nas eleições de 2017, porque foi ele quem trouxe o partido até aqui", referiu o general. Quem é Numa Natural do Bailundo, Huambo.
Quem o conhece fala de um militar de "primeira água" que percorreu todas as etapas da carreira militar até ao generalato, "muito respeitado" no seio militar e um homem de confiança do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, com quem se encontrava quando este foi morto em combate em 2002, no Moxico.
Esteve na linha da frente da constituição das FAA (Forças Armadas Angolanas) entre 1991 e 1992, ano em que a guerra recomeçou após as eleições que a UNITA de Jonas Savimbi considerou fraudulentas, tendo-se recusado a participar na segunda volta depois de José Eduardo dos Santos, pelo MPLA, ter ganho sem maioria absoluta.
Numa fez equipa com o general João de Matos na organização do processo de constituição das FAA. Com o reatar da guerra, o general Numa torna-se num dos comandantes das FALA de maior peso, dirigindo os homens do "Galo Negro" no norte, nomeadamente no Kwanza Norte e Zaire, tendo sido responsável pela tomada do Soyo numa das batalhas mais emblemáticas da guerra em Angola entre 1992 e 2002.
Habilitações Literárias 7º Ano Liceal (Período Colonial) Estudante Universitário no Curso Superior de Gestão Financeira Pela Universidade Católica de Brasília.