"Enquanto titular da pasta da Educação, o que eu confirmo e afirmo é que não há orientações superiores (leia-se do Presidente da República) para contratação de professores cabo-verdianos", acrescentou a ministra quando falava aos jornalistas à margem da aprovação global do Orçamento Geral do Estado 2018.
Interrogada sobre as declarações dos ministros da Relações Exteriores de Angola e de Cabo Verde, que confirmaram a contratação de professores no arquipélago, Cândida Teixeira referiu que tais afirmações não têm nada a ver com o seu ministério.
"Eles (os ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros) é que disseram isso, mas nós não temos informações sobre essas contratações", insistiu a ministra.
De acordo com Cândida Teixeira, as 20 mil vagas autorizadas hoje pela Assembleia Nacional é para contratação de professores angolanos e não cabo-verdianos.
No entanto, em comunicado, o Ministério da Educação admite que vai ser necessário recorrer à cooperação para colmatar necessidades reconhecidas em disciplinas fundamentais, como a matemática e a língua portuguesa, onde a qualidade dos docentes existentes não é suficiente para garantir os objectivos.
"O país necessita de recorrer à cooperação estrangeira especializada no ensino destas disciplinas (matemática e língua portuguesa), para colmatar as reconhecidas lacunas existentes entre os professores e também nos alunos",diz ainda a nota do ministério.
Entretanto, a ministra mostrou-se satisfeita com aumento em 9 por cento das vergas destinadas no OGE 2018 para a Educação, o que corresponde a 46 mil milhões de kwanzas.
Segundo a ministra, este aumento permitirá que o sector passe a ter 6% das verbas alocadas ao OGE de 2018.
"Com este valor vamos apostar na formação de professores, construção de escolas e conclusão de outras infra-estruturas não acabadas", apontou a governante.
Angola e Cabo Verde vão assinar, uma série de acordos de cooperação, com destaque para a área da Educação, revelou recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, deixando em aberto a contratação de professores cabo-verdianos para o sistema de ensino angolano.
A possibilidade foi avançada pelo chefe da Diplomacia angolana, à margem da 30.ª Cimeira da União Africana, que decorreu na Etiópia.
Segundo Manuel Augusto, Cabo Verde tem um excedente de professores que poderão ser uma mais-valia em Angola, em especial no ensino da Língua Portuguesa.
Por outro lado, o ministro de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, confirmou, no balanço da visita a Luanda, que Angola manifestou o interesse em receber os professores cabo-verdianos, processo que garante poderá ser implementado "tranquilamente".
O ministro lembrou que, no passado, Cabo Verde já enviou vários professores para Angola, da mesma forma que tem "nas universidades cabo-verdianas professores angolanos".