Nas últimas horas, as redes sociais em Angola, em particular o Facebook, encheram-se de imagens encenadas, onde se vêem corpos de jovens deitados no chão e cobertos por vários objectos, desde botijas de gás e bidões de combustível a cestos de pão e ferros de engomar.
O fenómeno, que se tornou viral, tem sido partilhado entre risos e comentários bem-humorados, mas é na tragédia que se encontra a sua origem.
Segundo explica Nelisbrada Catchenhé, o autodenominado mentor do desafio "Febre do Bloco na Cabeça", o repto surgiu em homenagem a Vanessa, "irmã angolana" que morreu durante as últimas chuvas, devido à derrocada de uma parede de casa.
Apesar de o movimento ter surgido como um alerta contra a precariedade das habitações na capital do país - "Vamos partilhar até chegar ao camarada João Lourenço, para ajudar as comunidades desalojadas!" - depressa ganhou impulso como um apelo à intervenção do Presidente da República para além do sector habitacional.
Entre partilhas fotográficas, mais e menos inspiradas, não falta mesmo quem personalize a mensagem dirigida a João Lourenço: "Kota Jajão acaba de me matar", apregoa uma das imagens que correm as redes sociais com a hashtag do momento: "Febre do Bloco na Cabeça".