Perante as denúncias dos cerca de 60 jovens de que foram "enganados" quando se deslocaram, muitos deles de Luanda, para a Lunda Sul para serem formados e posteriormente integrados no projecto de produção de energia, a Prodel - Empresa Pública de Produção de Electricidade recusa essa acusação mas sublinha que "as portas não estão fechadas" para estes jovens.
O director de comunicação da Prodel EP, Mariano de Almeida, explicou ao Novo Jornal online que a empresa investiu na formação de mais de uma centena de jovens e que, destes, os 40 que obtiveram as melhores qualificações durante a formação já estão em fase de integração nos projectos de produção de electricidade existentes no país, sendo que os restantes 60, para já, "ainda não foram seleccionados, mas isso não quer dizer que não o venham a ser no futuro".
"Naturalmente que a empresa tem todo o interesse em rentabilizar o investimento feito na formação destes jovens e isso deverá acontecer", disse, admitindo que não é possível assumir um compromisso temporal para o efeito.
"Os muitos projectos que estão a surgir no país, nomeadamente os que envolvem mini-hídricas, vão poder integrar uma grande parte destes jovens, que sabem que as possibilidades de trabalho existentes encontram-se todas fora de Luanda", acrescentou o responsável pelo departamento de comunicação da Prodel EP.
O projecto hidroeléctrico Tchiumbe-Dala foi inaugurado no passado dia 04 de Abril pelo ministro da Defesa e candidato a PR pelo MPLA, João Lourenço.
Um dos jovens que estão neste momento na Lunda Sul, nas proximidades do projecto Tchiumbe-Dala à espera de uma resposta da Prodel EP para as suas exigências, falando em nome do grupo, optando por não dar a cara, embora o Novo Jornal online tenha essa informação, diz que as dificuldades de subsistência "estão a acumular-se" e que "há muitas pessoas já a passar mesmo mal, sem alimentação nem abrigo".
"Queremos que este problema seja resolvido depressa porque as pessoas já não aguentam tantas dificuldades e apelamos ao senhor ministro da Energia e Águas que intervenha de forma a encontrar uma saída que passa por dar trabalho a este grupo de pessoas que foram formadas pela própria empresa", afirmou.
Entre os jovens que aguardam no local por uma oportunidade, apesar de a empresa já os ter informado de que não é para já que vai surgir a oportunidade de serem integrados, estão mecânicos, informáticos, administrativos e, entre outros, electricistas, num total de 60.
Para além da questão laboral, os jovens enfatizam os problemas de subsistência que estão a enfrentar, porque grande parte deles "já não tem meios para comprar comida ou até para regressarem a casa".
Enquanto os jovens garantem que foi assumido um compromisso par parte da Prodel EP de que passariam a ser seus funcionários após a formação, a empresa garante que o compromisso foi apenas assumido no que respeita à sua formação e que esta deveria ser vista como uma oportunidade, sendo que se mantém aberta a porta para que, no futuro, venham a ser colocados em postos de trabalho associados a novos projectos de produção de electricidade.