"Apesar de produzir diamantes para as receitas da conta do Estado, somos lanterna vermelha no que diz respeito aos valores do OGE" queixaram-se os estudantes durante uma palestra organizada pela organização não-governamental Centro Nacional de Aconselhamento (NCC).

Os deputados do MPLA e da UNITA, João Segunda e Virgílio Samussongo, respectivamente, foram os que falaram na palestra que teve como tema "Assembleia Nacional, Organização e Funcionamento", onde os jovens manifestaram o seu descontentamento com o actual fraco desenvolvimento da província.

Segundo a juventude, a província da Lunda-Sul recebeu do Orçamento Geral do Estado para 2018, 33,2 mil milhões, correspondentes a 0,34 por cento, o que não resolve os problemas que a região enfrenta.

Os jovens lamentam a falta de empregos na província, alegando que desde a independência nacional não se investiu nada na região.

Na opinião da juventude, com a conquista da paz, uma das grandes preocupações seria a redução dos níveis de desemprego e a diminuição da pobreza.
"Se não trabalhas na Catoca, empresa diamantífera, não há emprego para a gente", reclama a juventude, que defende a abertura de mais universidades na província onde existem apenas duas, sendo uma pública e outra privada.

A província angolana da Lunda-Sul tem 80 por cento de desemprego embora produza 80 por cento dos diamantes do país.

Estes dados foram revelados este ano, numa reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, que decorreu na Lunda-Norte sob a orientação do presidente João Lourenço, na qual a situação económica do leste do país esteve em foco.

Na oportunidade, o governador da Lunda-Sul, Ernesto Kiteculo, considerou a taxa de desemprego de "exorbitante", a que ele atribuiu à falta de investimentos na província.

"Não há fábricas, não temos grandes serviços, o único é Catoca que alberga por volta de 1.800 trabalhadores em postos directos e quase 300 trabalhadores em postos indirectos", revelou.