Esta decisão de concessionar o aterro através de uma parceria público-privada surge, de acordo com o despacho presidencial, como alternativa a uma gestão suportada exclusivamente por "recursos ordinários do Tesouro", face aos "constrangimentos orçamentais da actual conjuntura" que tornaram incompatível o modelo anteriormente previsto.

O objectivo é também melhorar a cadeia de gestão de resíduos em Luanda, através da optimização das infraestruturas do aterro sanitário.

O aterro sanitário dos Mulenvos, situado no município de Viana, em Luanda, até há pouco tempo gerido pela Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (ELISAL), é o único aterro construído no País.

Luanda tem-se debatido com toneladas de lixo desde que o Governo Provincial (GP) suspendeu, em Dezembro de 2020, o contrato de prestação de serviços que mantinha com as seis operadoras de limpeza e recolha de resíduos sólidos.

Das seis operadoras, quatro disponibilizaram-se a prestar serviço até 31 de Dezemebro enquanto as outras paralisaram as suas actividades de imediato, situação que levou a um acumular persistente de lixo doméstico por toda a cidade de Luanda.

As enormes quantidades de lixo foram-se acumulando também nas valas de drenagem ou cursos naturais de água que atravessam a cidade de Luanda e acabaram por se espalhar por grande parte das artérias da capital.

Estão em curso os preparativos para o anúncio dos resultados do concurso para a recolha do lixo na capital do País mas ainda não existe uma data prevista o início da recolha. Aguarda-se ainda informação sobre as empresas a ser contratadas.

Em Fevereiro, como avançou o Novo Jornal, o Presidente autorizou a despesa de 34,8 mil milhões de kwanzas (cerca de 53 milhões USD) e a abertura de um procedimento de contratação emergencial para serviços de limpeza pública e recolha de resíduos sólidos na província de Luanda.