Em declarações à imprensa, à margem da reunião promovida em Luanda pelo Ministério da Agricultura, e que juntou agentes económicos ligados ao agronegócio, aquele responsável afirmou que o aumento do volume de insumos para o sector agrícola fez parte de uma "estratégia" da tutela, para permitir aumentar a produção.
"Especialmente de fertilizantes que são um dos factores principais para o aumento da produtividade, numa perspectiva, por exemplo, de esse ano cobrir 70% as necessidades do país em matéria dos cereais", disse.
Dados do Instituto Nacional de Cereais (Incer) relativos a 2016 indicam que o país produziu 1,8 milhões de toneladas de vários tipos de cereais, como milho, massango, massambala, arroz e trigo, contra os cerca de 4,5 milhões de toneladas necessárias para o consumo nacional.
O director do Incer admitiu ainda que o cenário de crise que Angola vive tem limitado uma distribuição mais alargada de cereais.
"Não é uma cobertura completa devido à crise que estamos a viver no país, em matéria de recursos para aquisição daquilo que nós não produzimos e importamos, como são os fertilizantes", acrescentou.
Benjamim Castelo exortou ainda a participação de outros actores que intervêm na cadeia de valor do sector para uma melhor distribuição do excedente da mandioca e batata-doce.
"Porque em relação a mandioca e à batata-doce temos uma produção excedentária, mas vamos aos mercados e não encontramos, porque faltam os intermediários", explicou.
De acordo com o responsável, as instituições financeiras devem participar "activamente" não só no processo de "aquisição de insumos", mas sobretudo no "financiamento daqueles empreendedores" que querem entrar na área da produção de insumos a nível local.
"Na montagem de unidades de fábricas de equipamentos agrícolas, na formulação de adubos do país ou na produção de charrua, localmente", concluiu.