Cabinda é a única província angolana que não tem ligação por terra com o resto do País, daí esta situação estar a "asfixiar" o bolso das famílias e de muitas empresas, e também a provocar desemprego de centenas de cidadãos que dependiam do movimento portuário, agora encerrado pelas autoridades do Zaire, em concertação com as de Cabinda.

O porto fluvial de kimbumba movimentava diariamente milhares de produtos do Zaire para Cabinda, e era o principal corredor comercial informal que abastecia Cabinda.

Entretanto, este encerramento está a impactar directamente o abastecimento de produtos da cesta básica e do material de construção em Cabinda, embora o Zaire também esteja efectado no que respeita a alguns produtos provenientes de Cabinda.

A não entrada de mercadorias nos estabelecimentos comerciais devido ao encerramento do posto fluvial faz com que se verifique o aumento galopante dos preços dos produtos, o que afecta directamente a população.

A título de exemplo, em Luanda o saco de arroz de 25 kg custa 25 mil, em Cabinda está agora a ser comercializado a 28 e a 30 mil.

O saco de cimento para construção custa 5 mil em Luanda e em Cabinda é comercializado a 10 mil.

Ao Novo Jornal, alguns populares questionam porque é que o Governo não criou antes condições para solucionar a situação que aflige a população em Cabinda.

"Porque só agora e na época da quadra festiva? O que os nossos governantes querem com a população de Cabinda, afinal?", questiona o comerciante Adão de Jesus, que tem produtos retidos no Zaire.

Mauro do Amaral, outro comerciante, disse ao Novo Jornal que o Governo quer apenas priorizar os lucros nos catamarãs.

O Novo Jornal apurou que os comerciantes do Zaire e de Cabinda não foram informados previamente, nem sensibilizados sobre o encerramento, daí haver centenas de camiões com mercadorias parados no Soyo, que tinham como destino Cabinda.

Entretanto, o Novo Jornal soube que esta semana o Governo Provincial de Cabinda disponibilizou três embarcações de grande porte para descongestionar o fluxo de camiões com mercadoria no Zaire.

Porém, o Governo do Zaire assegura que a decisão de encerramento do porto fluvial de kimbumba visa organizar a actividade de cabotagem, para um melhor processo de transporte marítimo de mercadorias e de passageiros nesta rota.