Foi terraplanada a rodovia de acesso ao complexo industrial do Grupo Carrinho, quase cinco quilómetros, numa das várias empreitadas inseridas na preparação da visita do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, à província de Benguela, palco de uma reunião sobre o Corredor do Lobito (CL), com as presenças de Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia e Tanzânia.

Pintura de lancis, recolha de lixo fora do normal e limpeza de valas, principalmente nas imediações do Aeroporto da Catumbela, que volta a estar na ordem do dia por conta do processo de certificação, complementam as benfeitorias para a recepção de Biden.

A sua deslocação ao Grupo Carrinho, num complexo alimentar com fábricas que transformam a matéria-prima, tem ligação ao desenvolvimento do CL, mormente na vertente segurança alimentar.

O Novo Jornal sabe que a Carrinho, que manteve já um encontro com a Agência Norte-americana para a Cooperação Internacional (USAID), deverá receber dos Estados Unidos um financiamento de 150 milhões de dólares.

A verba, a ser disponibilizada pela Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA (DFC), é parte de um orçamento total de 530 milhões USD, basicamente para uma central de silos ao longo das províncias bafejadas pelo Corredor do Lobito.

O Grupo Carrinho, que diz estar firme no apoio a produtores familiares, projectou uma infraestrutura com capacidade para armazenar 120 mil toneladas de grãos, como milho, soja, arroz, trigo e feijão.

A prova de que a Carrinho necessita do investimento estrangeiro, como assumiu já o seu CEO para a área industrial, Décio Catarro, é que o complexo industrial, aberto a operadores nacionais, explora apenas 30 por cento da sua capacidade instalada, que é de 1,5 milhões de toneladas/ano.

Biden vai estar em Benguela poucos dias após a chegada ao Lobito do primeiro lote de vagões para a Lobito Atlantic Railway (LAR), concessionária dos serviços ferroviários e logística do CL, formada por três empresas europeias, a Mota Engil, Vecturis e Trafigura.

Chegaram da África do Sul 275 vagões de carga, com capacidade para transportar até 60,5 toneladas, mas o plano prevê outros, todos ajustados à linha-férrea.