Esta iniciativa colombiana foi anunciada pelo seu Presidente, Gustavo Petro, e já está prometida para o dia em que este país sul-americano entra para o Conselho de Segurança da ONU, como membro não-permanente, sendo que a ideia é que se trate de uma força armada.

A Colômbia entra no Conselho de Segurança em Janeiro do próximo ano e Gustavo Petro prometeu esta semana que não vai perder tempo e avançar de imediato com a proposta para procurar travar a mortandade naquele território sob ocupação israelita desde 08 de Outubro de 2023, logo após o assalto do Hamas ao sul de Israel que fez pelo menos mil mortos.

Esta "força armada de paz" para a Palestina, como a descreveu Petro, terá uma composição polarizada e deverá ter um mandato específico para travar o genocídio em Gaza, como é considerada a acção militar israelita por muitos países e pelas instâncias internacionais de Justiça (ver links em baixo).

A iniciativa foi anunciado num discurso transmitido na rádio e na televisão, no qual o Chefe de Estado colombiano explicou que o seu país deve fazer parte desta força, onde especificou que a proposta vai também ser apresentada na Assembleia-Geral da ONU porque "qualquer ideia de paz os Estados Unidos bloqueiam" no Conselho de Segurança

Face a essa realidade, resta que a Assembleia Geral das Nações Unidas "vote por maioria a constituição de uma força armada de paz para entrar na Palestina, na qual a Colômbia deve participar".

A Lusa recorda que a Colômbia foi eleita em junho pela Assembleia Geral da ONU para representar a América Latina e as Caraíbas num lugar rotativo no Conselho de Segurança, para um mandato de dois anos, com início a 01 de janeiro de 2026.

Para Petro, o estabelecimento de uma "força armada de manutenção da paz" é uma forma de "fazer respeitar o direito da humanidade de exigir o fim do genocídio em Israel".

A Colômbia rompeu relações diplomáticas com Israel em 01 de maio de 2024, em resposta à ofensiva militar israelita que, segundo as autoridades da Faixa de Gaza, já matou 63.633 palestinianos, a maioria mulheres, crianças e idosos.

Dias depois, lembra ainda a Lusa, Bogotá suspendeu as exportações de carvão para Israel.

Petro apoiou também processos que levaram o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra.

O líder colombiano afirmou ainda que "as bombas que caírem em Gaza cairão também em Bogotá, Caracas, Quito e Buenos Aires, independentemente do que cada um dos seus presidentes pense".

Atualmente, está a ser travada uma "guerra matemática" contra os "povos do mundo que não são ricos, que não compram o suficiente e que são rebeldes no sentido em que queremos uma humanidade em paz e cheia de vida", afirmou Petro.

Bogotá foi em julho anfitriã da última reunião do Grupo de Haia, criado em janeiro por oito países - Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras, Malásia, Namíbia, Senegal e África do Sul - em resposta à crise humanitária na Faixa de Gaza.

A reunião contou com a participação de representantes de mais de 30 países, incluindo Brasil, Chile, China, Egito, Espanha, Honduras, Irlanda, México, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.