Este golpe de estado, mais um no longo historial de intentonas neste país asiático, foi justificado pela junta militar que agora assumiu o poder com a alegada fraude que dizem ter ocorrido nas eleições legislativas de Novembro.
Numa declaração lida num canal de televisão detido pelo Exército, os generais prometem realizar eleições dentro de um ano.
Este golpe já foi fortemente criticado pelas Nações Unidas tendo o seu Secretário-Geral, António Guterres, considerado que se tratou de um violento golpe nas reformas democráticas que estão em curso em Myanmar nos últimos anos.
Guterres condenou ainda a detenção da antiga Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi que, segundo as autoridades eleitorais do país, venceu, como o seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), legitimamente e por larga maioria as legislativas de Novembro.
Os EUA também já exigiram a imediata libertação da chefe do Governo detida e os outrios elementos do seu partido que também foram detidos, ameaçando os militares com retaliações se não procederem desta forma, avisou, em comunicado, o porta-voz da Administração Biden.
"Os Estados Unidos não aceitam nenhuma tentativa de alterar os resultados das eleições de Novembro nem qualquer acção que interrompa a transição democrática e vão actuar se esta via não for abandonada", especificou Jen Psaki.
O poder está agora nas mãos dos militares que, para formalizar esta alteração, aproveitando os poderes permitidos pelo estado de emergência, indicaram o vice-presidente, Myint Swe, que estava no cargo apontado pelos militares, para liderar o país nos próximos 12 meses, tempo que vai durar o estado de excepção constitucional.