"A nível central ou local, uma Comissão Nacional Eleitoral, que integra membros da ADRA, CEAST, AJPD (...) CICA, entre outras organizações da sociedade civil, podemos ter confiança de que as eleições serão transparentes, livres e credíveis", disse ao Novo Jornal o porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, à margem de uma conferência que reuniu membros deste partido histórico para falar sobre o centenário do líder fundador, Holden Roberto, que se assinala na quinta-feira, 12.
De acordo com o porta-voz da FNLA, que duvida que aconteçam eleições autárquicas este ano ou no próximo, o "calcanhar de Aquiles" é a CNE, onde são manipulados os resultados das eleições desde 1992.
"Todos os partidos estão preocupados com a realização das eleições autárquicas, mas esquecem-se de que as armas secretas serão as comissões eleitorais, onde o MPLA tudo está a fazer para manter a sua hegemonia", referiu.
De acordo com o político, há muitos anos que os angolanos defendem que a Comissão Nacional Eleitoral seja presidida por um membro da sociedade civil, mas o MPLA nunca aceitou entregar este órgão fundamental de conquista de poder a qualquer entidade.
"A oposição e a sociedade civil sempre lutaram para que o País tenha uma Comissão Eleitoral Independente. Sem que isso aconteça, não haverá alternância do poder em Angola", referiu.
Questionado sobre o relatório de contas da FNLA referente às eleições de 24 de Agosto rejeitado pela CNE e pelo Tribunal de Contas, Ndonda Nzinga reiterou a posição do presidente, Nimi a Simbi, que recentemente disse que o partido vai prosseguir com as diligências que conduzam ao saneamento do referido contencioso, com vista ao "devido esclarecimento da situação".
"Estamos a trabalhar com estes dois órgãos para que a situação que tem a ver com o relatório de prestação de contas das eleições de 2022 seja resolvida o mais rápido possível", concluiu Ndonda Nzinga.