Ao longo da visita a Angola, Joe Biden deverá fazer vários anúncios sobre o Corredor do Lobito, mas, também, sobre áreas como saúde, segurança alimentar ou agro-negócio.
Trata-se da primeira visita oficial de um Presidente norte-americano a Angola.
Após o encontro bilateral, Joe Biden segue para o Museu da Escravatura, onde fará um discurso, o único previsto nesta visita. O local inclui a capela do século XVII onde as pessoas escravizadas eram baptizadas à força antes de serem enviadas acorrentadas para as Américas.
Os primeiros africanos que chegaram à colónia britânica da Virgínia em 1619 foram capturados em Angola; no total, 4 milhões de angolanos foram transportados à força para as Américas, principalmente para o Brasil, mas também para os actuais Estados Unidos, lembra a Reuters, acrescentando que o museu onde o Presidente norte-americano irá falar foi propriedade de um dos maiores esclavagistas da costa africana. No interior, ainda hoje se podem ver diversos objetos que serviam para torturar e castigar escravizados, entre eles algemas e pesos de ferro.
Os Estados Unidos estão a anunciar uma doação de 229 mil dólares para apoiar a restauração do edifício, afirma a agência Reuters.
Quarta-feira é o grande dia para as relações entre os dois países, com Joe Biden a deslocar-se à província de Benguela, para uma visita ao Corredor do Lobito, a infraestrutura ferroviária que liga Angola às zonas de minérios da República Democrática do Congo (RDC) e da Zâmbia, e que se tornará na primeira rede ferroviária transcontinental de acesso aberto de África, que começa no Lobito e ligará o Oceano Atlântico ao Oceano Índico.
Joe Biden tem igualmente prevista uma visita à fábrica de processamento de alimentos da Carrinho.
Na agenda de Biden estarão também anúncios relacionados com a segurança global da saúde, segurança alimentar e agro-negócio, e ainda um "anúncio importante sobre cooperação no sector de segurança" e "sobre a preservação da rica herança cultural de Angola".