Na declaração, o principal partido da oposição considera "inaceitável" que o Executivo pretenda gastar 41 milhões de dólares na reabilitação de dois edifícios em Luanda e apenas 16 milhões de USD no Programa de Combate à Malária, quando esta continua a ser a principal causa de morte no País.
"O Grupo Parlamentar da UNITA votou contra porque rejeita que o Executivo gaste cerca de 166 milhões USD só para o funcionamento de seis gabinetes de seis ministros enquanto que para o total de 11 universidades, 16 institutos e três escolas superiores de todo o País, pretende atribuir apenas 26 milhões e para a agricultura familiar, que assegura 80% da produção nacional, apenas 75 milhões", argumenta a UNITA.
A UNITA considera inadmissível o Executivo pretender gastar o equivalente a 428 milhões USD no reequipamento das FAA e 439 Milhões USD no reequipamento da na Polícia Nacional, enquanto a compra de farda, botas, alimentação e condições de aquartelamento são desprezadas.
"Aos militares e polícias faltam condições essenciais para a sua dignidade, nas unidades militares e policiais, os efectivos comem mal e dormem pior. As pessoas não podem ser menos importantes do que os equipamentos que vão usar". defendeu.
"O Grupo Parlamentar da UNITA, em nome do povo angolano, votou contra a Proposta de lei do Orçamento Geraldo Estado de 2025 porque o povo angolano considera inaceitável e absurdo e injusto assumir e difundir um programa de propaganda partidária, com um elevado custo financeiro e económico para o país, só para agradar a convidados estrangeiros, gastar centenas de milhões de USD, sem estarem declarados no Orçamento, num contexto em que a maioria dos angolanos passa fome", afirmou.
Para a UNITA, "um orçamento que não combate as desigualdades sociais, as injustiças, a pobreza extrema e a fome, insensível ao sofrimento da maioria, terá sempre o voto contra dos patriotas angolanos"
O Grupo Parlamentar da UNITA expressa a sua satisfação pelo consenso político alcançado na especialidade, para o aumento do subsídio dos antigos combatentes, de 25.000 Kwanzas para 70.000 Kwanzas, um valor, que sendo insuficiente, pode representar um passo no sentido de se dignificar a justa remuneração daqueles que conquistaram a Independência Nacional.
"Também assinalamos o consenso de se conceder à Federação das Associações dos Antigos Combatentes o estatuto de Instituição de Utilidade Pública. Este passo não é um favor aos Antigos Combatentes, é o mínimo do reconhecimento que lhes é devido pois requer o comprometimento de todos pelo que, apelamos ao Executivo a materializar este direito", destaca a UNITA.
"Pedimos aos compatriotas que temporariamente estão no poder", que percebam os sinais dos tempos e entendam o nosso voto contra como um instrumento de que nos servimos, de forma corajosa, para alertar-vos sobre os riscos e perigos evitáveis", declarou a UNITA.
"Que a miséria de cada angolano que não tem o que comer e depende do contentor de lixo para comer; e os que morrem por falta de serviços sociais com destaque para assistência médica e medicamentosa, toque nos corações e nas consciências de todos nós", diz a declaração de voto da UNITA, frisando que o País já não aguenta mais tanta insensibilidade diante da miséria.
De acordo com os deputados do principal partido da oposição, o Orçamento do Estado só terá voto favorável da UNITA no dia em que colocar em primeiro lugar as pessoas, as famílias, as empresas e a mudança estrutural da economia.
"Por mais que nos tentem convencer com vários indicadores, a vida das pessoas, das famílias e das empresas piorou. As enchentes nos hospitais, cemitérios e nas prisões, falam por si, por isso, o Grupo Parlamentar da UNITA votou contra a proposta de lei do OGE-2025", finaliza o documento.