A maioria dos comerciantes serão deslocados para o novo espaço na zona dos Congolenses aonde o Novo Jornal se deslocou esta manhã e constatou que os trabalhos ainda estão por concluir. Entretanto, parte dos vendedores do mercado foram transferidos pela Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL) para os mercados das "Chapadas" e do Neves Bendinha.
No mercado do São Paulo alguns vendedores insatisfeitos contaram que não entendem a pressa da CACL iniciar as obras, dado que o novo espaço ainda não está concluído e, por isso, não é possível ainda iniciar a transferência.
"Não conseguimos entender porque é que iniciaram as obras aqui, enquanto nos Congolenses nada ainda está pronto", disseram os comerciantes, assegurando que não querem ir para a zona adjacente aos Congolenses sem estarem criadas as condições.
Na zona dos Congoleses, como constatou o Novo Jornal, no futuro espaço onde os comerciantes provenientes do mercado do São Paulo ficarão provisoriamente acomodados ainda decorrem trabalhos de acabamentos e tudo indica que os vendedores ficarão ao ar livre. Facto que os comerciantes do mercado do São Paulo, cadastrados para irem para aquele novo espaço, não querem aceitar e contestam.
"Não queremos ir para os Congolenses naquelas condições. Aqui vendemos na sombra e lá é no sol", contaram algumas vendedoras.
Apesar de o mercado de São Paulo já estar encerrado para obras de requalificação e ampliação, na parte exterior as vendas desordenadas continuam e houve até um aumento por muitas vendedoras cadastradas para os mercados das "Chapadas" e Neves Bendinha estarem ainda a vender na parte de fora do mercado.
Já os moradores da zona do mercado São Paulo, Fátima João, Armado Fonseca e Dario Castro, contaram ao Novo Jornal que apesar de o mercado estar encerrado, não houve melhorias na circulação de peões e de viaturas, visto que as vendas desordenadas permanecem.
"Essa semana já não houve vendas no interior do mercado, mas nada mudou. Está tudo na mesma e até parece que a desorganização aumentou", descreveram.
Sobre este assunto, o Novo Jornal tentou ouvir a administração do mercado que se recusou a prestar informações.
Mas, segundo as autoridades, o mercado vai ser encerrado temporariamente, durante três meses, para obras de melhoramento.
A Comissão Administrativa da Cidade de Luanda esclarece que será construído um espaço, na parte da frente ao mercado, que deverá abarcar 170 lojas para a venda de roupas e outros bens afins.
Entretanto, informa que mais de mil bancadas serão destinadas exclusivamente à venda de bens alimentares do campo e industriais.
"O mercado será contemplado ainda com uma agência bancária, uma creche, uma escola para as vendedoras e outros serviços de apoio ao mercado", garantiu a responsável, assegurando que se "pretende com a requalificação proporcionar, tanto aos vendedores quanto aos clientes, maior comodidade".
Reza a história que o mercado do São Paulo, que surgiu na década de 70, sucedeu ao mítico mercado do Chamavo, que, segundo populares, desapareceu depois de uma chuva torrencial.
Em 1992 o mercado do São Paulo foi inaugurado oficialmente pelo antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos.