Numa altura em que metade das províncias do país estão já marcadas no mapa do avanço do vibrião colérico, a província de Luanda, seguida da do Bengo, concentra o maior número de casos tanto de infecções como de mortes.

De acordo com o boletim diário do Ministério da Saúde, em Luanda foram registados 119 dos 255 verificados nas últimas 24 horas, com quaro mortes associadas, 104, e dois mortos, na província do Bengo, 26 no Icolo e Bengo e 6 no Kwanza Sul, mantendo-se 252 internamentos.

Recorde-se que, segundo dados recolhidos em diversos estudos internacionais, com incidência nos países menos desenvolvidos, em média existem mais quatro doentes por cada um confirmado laboratorialmente.

A razão principal para esta disparidade é que as unidades de saúde nem sempre dispõem dos componentes básicos para a testagem e porque muitos dos casos são assintomáticos, embora estes portadores do vibrião colérico, agente responsável pela doença a continuem a transmitir na comunidade em que estão inseridos.

Água e alimentos infectados e mal higienizados são a principal causa na transmissão comunitária da cólera.

A vacina e a higiene são os métodos mais eficazes para combater a propagação desta doença, considerada globalmente como uma infecção do 3º mundo.

A Lusa recorda que ocorreram desde o início do surto 114 óbitos, dos quais 52 em Luanda, 45 no Bengo, 15 no Icolo e Bengo e 2 no Cuanza Sul, sendo o grupo etário mais afectado o dos 2 aos 5 anos de idade com 525 casos e 14 óbitos, seguindo-se o dos 10 aos 14 anos de idade com 436 casos e 8 óbitos.