As crianças dedicam-se à venda de peças de artesanato feitas com madeira, nomeadamente colheres de cozinha, em semáforos e à porta de centros comerciais de várias cidades, refere o jornal The Namibian, que dedica também um editorial a esta situação, com foco nos perigos que representa, desafiando o governo da Namíbia a envolver os líderes de Angola por causa do tráfico de seres humanos e da escravatura sexual que ocorre entre os dois países.
"A medida tímida de repatriar crianças, mulheres e famílias angolanas angolanas não impedirá as pessoas de virem para a Namíbia em busca de alimentos e empregos", defende, em editorial, o jornal namibiano. E acrescenta: "Na verdade, já se pode especular que as crianças e as suas famílias já estão de volta à Namíbia".
"Ou aceitamos e cuidamos para sempre dos refugiados do sul de Angola ou envolvemos o governo angolano na construção de hospitais, escolas e actividades económicas que acabarão com a imigração", continua o The Namibian, chamando a atenção para "as demasiadas raparigas angolanas que sofrem abusos, enquanto as crianças pequenas são forçadas a trabalho não remunerado".
As crianças e as suas mães foram temporariamente alojadas no Centro Nacional de Serviços Juvenis de Ondangwa, lê-se na notícia sobre o repatriamento dos cidadãos angolanos.
"O processo de retorno seguro para casa começou com o transporte para Oshikango. Posteriormente, foram tomadas providências para que sejam transportados pelas autoridades angolanas estacionadas em Oshikango, garantindo assim o seu regresso em segurança aos respectivos locais em Angola", informou o director executivo do Ministério da Administração Interna, Imigração, Segurança e Protecção, Etienne Maritz, citado pelo The Namibian.
Esta não é a primeira vez que o assunto das crianças angolanas que vagueiam pelas ruas das povoações namibianas é referido pela comunicação social, nomeadamente pelo Novo Jornal.