"O relatório da pesquisa sobre políticas públicas inclusivas na perspectiva do género abrange 15 municípios de cinco províncias", diz uma nota da União Europeia, fundamentando que "foram aplicados inquéritos a 4692 agregados familiares, a partir de uma base de amostra estratificada, constituída por 390 conglomerados em 15 municípios".

Dados recolhidos nestes municípios, de acordo com a nota, "revelam o quão difícil é o acesso das mulheres à justiça, aos recursos e meios de produção, à educação, cuidados de saúde e como, apesar de serem o rosto do trabalho informal, não são reconhecidas,e não existe qualquer tipo de protecção social para estas pessoas, cujo trabalho garante o sustento da maior parte das famílias angolanas".

"Com o intuito de avaliar a situação da equidade do género em Angola, esta pesquisa permite ainda estudar e conhecer melhor a realidade social e a igualdade do género nos municípios seleccionados", diz o documento, acrescentando que "o estudo vai suscitar um debate em torno das políticas-chave e contribuir para fundamentar a tomada de decisões, tanto das instituições do Estado como de organizações da sociedade civil"

A pesquisa foi realizada entre Junho de 2019 e Novembro de 2020, é um trabalho orientado pelos pesquisadores Filomena Andrade e Paulo Filipe, e organizado pelo Mosaiko - Instituto para a Cidadania em parceria com a Fundação Fé e Cooperação.

O projecto promoção da advocacia de políticas públicas inclusivas em Angola, que encomendou a pesquisa, é financiado pela União Europeia e pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.