Como se não bastasse a violência do vídeo, em que a jovem aparece nua, inconsciente, ensanguentada e com inúmeras marcas de agressões - enquanto o grupo de atacantes celebra a sua "virilidade" -, os comentários que acompanham o filme agravam o impacto das imagens.

"Amassaram a mina" ou "mais de 30 fizeram um túnel na mina", são algumas das legendas agregadas ao vídeo, que se tornou viral nos últimos dois dias, embora o crime tenha acontecido no passado fim-de-semana.

Num primeiro momento exibido como uma espécie de "troféu de caça" - em que a cada partilha correspondia um comentário de regozijo -, o vídeo tornou-se, num momento posterior, objecto de indignação colectiva e de investigação criminal.

Responsável por mais de 800 denúncias apresentadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro, a cidade onde ocorreram os abusos, o caso chegou às mãos da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e já permitiu a identificação de pelo menos quatro agressores.

Já a identidade da vítima, que a ala machista das redes sociais se apressou a rotular de "toxicodependente" e "fácil", permanece preservada.

A imprensa brasileira refere apenas que tem 16 anos, e esteve desaparecida durante três dias até ser localizada pela família, graças às notícias e repercussão da história nas redes sociais.

A vítima teve de recuperar de uma forte hemorragia e de uma ruptura na bexiga.