Aos 79 anos, Peter Mutharika não desiste de se manter no poder e procura, agora de forma legal, reeleger-se Presidente do Malawi, depois de a 21 de Maio do ano passado ter conseguido vencer os adversários através de fraude dada como provada pelo Tribunal Constitucional.

Na disputa eleitoral com Peter Mutharika esteve, em Maio de 2019, Lazarus Chakwera, com 65 anos, que "perdeu" a disputa eleitoral por cerca de 158 mil votos, embora não tenha reconhecido a derrota, acusando o vencedor de fraude.

Após as eleições, com a órgão de gestão eleitoral a confirmar a vitória de Mutharika, as ruas de Lilongwe, a capital do país, foram palco de violentos protestos, que duraram meses, até que o Tribunal Constitucional, já este ano, chamado a intervir, declarou a nulidade dos resultados e provocou a repetição das eleições, que, entretanto, foram marcadas para hoje.

Apesar de recusar a existência de fraude, Mutharika, que se candidata pelo Partido do Progresso Democrático, aceitou voltar às urnas para dar seguimento ao seu programa eleitoral que mantem como base as promessas de 2014, que é assente na extinção da corrupção no país.

Essa promessa não foi cumprida, nem de perto nem de longe, e Mutharika, um professor universitário, segundo admitem analistas locais, tem sérias possibilidades de perder as eleições para Lazarus Chakwera, um pastor evangélico que tenta fazer com que o antigo partido único, o Partido do Congresso do Malawi (MCP), volte ao poder, depois de ter governado o Malawi, um pais que tem hoje cerca de 18 milhões de habitantes, de 1964 até 1993 sem oposição.

O MCP foi o partido que liderou as forças nacionalistas que conseguiram a independência do Reino Unido, em 1964 e, praticamente deste essa data até 1993 governou sob um regime duro de partido único, liderado por Hasting Banda, embora tenha conseguido manter-se democraticamente como uma força política importante, tendo mesmo, em 2009, conseguido 30% dos votos.