Apesar do sol abrasador tipo chapa de assar castanha de caju por cima das brasas acesas que é característico em Luanda que faz "caloriar" quem se atreva a visitá-la, estamos a preparar-nos para fazer o nosso habitual piquenique semanal num dos jardins botânicos ou espaços verdes que a nossa "capita" oferece. No cesto já está o que veio da praça do São Paulo, hoje restaurada e transformada num dos pontos de referência turística obrigatória: kitaba, pé de moleque, galete e quifufutila; a tia Mizé enviou de Kifangondo jinguba frita e torrada, paracuca, doce de côco, areia, banana pão assada e frita, bombó assado e frito (no ponto que só ela sabe fazer e oferecer) com o tal ingrediente acarinhado com amor que tempera e nos embala a todos num mambo fixe imensurável e inesquecivelmente kuyoso. Da Praia do Bispo veio a garapa de milho com abacaxi e da ilha água de coco para regar e tundar a sede e brindar a felicidade.
Hoje o calor diminuiu bastante, já não é como em 2019, por exemplo, que se diz que no Zango era tão quente que se podia fritar ovos ao sol por volta das 12h/14h e tufas: omelete, ovo estrelado ou mexido de acordo com os gostos de cada um. Exagero ou não, uma coisa é certa, fazia bué de sol e calor, tanto que se queria ter aparelhos de ar condicionado em todos os recantos da casa, inclusive no wc, cozinha e garagem. A poeira amigada com o calor oferecia uma beleza fusca aos caluandas que "caloriavam" agruras picantes.
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