Adalberto Costa Júnior diz estar confiante na sua reeleição no próximo congresso e aponta o dedo ao Governo pelo agravamento das condições sociais em Angola, "onde a precariedade e a ausência dos serviços sociais básicos junto da população aumenta, enquanto milhões de kwanzas são cabimentados para as celebrações dos 50 anos da independência nacional".
O ainda presidente da UNITA e candidato à sua própria sucessão criticou as políticas governamentais "fracas" no sector agrícola, "que resultam em ineficiência e falta de desenvolvimento devido a factores como a falta de incentivos, o alto custo de insumos como fertilizantes e o mau estado das infra-estruturas".
"Com políticas sensíveis, investimento em agricultura familiar e acesso a microcrédito poderíamos transformar esta riqueza natural em combate efectivo à fome e à pobreza, uma das maiores vergonhas dos últimos 50 anos da nossa Independência", disse Adalberto Costa Júnior.
"Temos tudo para dar certo. Falta apenas um Governo sensível que transforme potencialidades em prosperidade.", acrescentou, frisando que "a burocracia, a corrupção e a centralização administrativa dificultam o crescimento da produção, o acesso a crédito, e a inovação tecnológica sustentável, afectando assim a produtividade e a segurança alimentar".
Adalberto Costa Júnior exige a implementação das autarquias em Angola, considerando que a sua ausência serve interesses partidários do MPLA e que o Governo teme a governação participativa.
Ao falar sobre o congresso, disse que a UNITA sempre se bateu por ter congressos com múltiplas candidaturas e, para o partido, "a pluralidade não é divisão, é riqueza".
O seu concorrente, Rafael Massanga Savimbi, a caminho esta quarta-feira, 12, da província de Malanje, depois de ter trabalhado nas províncias do Bengo, Zaire e Cabinda, considera ser fundamental que a juventude esteja no centro de todas as decisões, pois, além de fazer parte dos problemas, deve ser também parte das soluções.
"É essencial que os jovens participem de forma directa nas decisões que irão definir o seu próprio futuro. Quando éramos mais pequenos, os nossos pais diziam que lutavam por uma vida melhor para nós. Hoje, nós afirmamos o mesmo aos nossos filhos", disse aos militantes do seu partido em Cabinda.
Referindo-se à campanha eleitoral, disse que os últimos dias deverão ser devidamente aproveitados para a troca de conhecimento e partilha de visões sobre o futuro do partido e do País, "por isso deverá prevalecer a ética, o patriotismo, a responsabilidade social e política".
"O momento é catalisador e é preciso que nos reconecte rumo à concretização dos grandes objectivos que passam pela conquista do poder em 2027, para garantir um futuro melhor para todos", referiu, frisando que a unidade e a coesão devem se transformar no elemento basilar de toda a acção.
Refira-se que congresso ordinário da UNITA terá lugar nos dias 28, 29 e 30 de Novembro, em Luanda, com o lema "Unidos para a Alternância, Estabilidade e Desenvolvimento".
O principal objectivo do evento é eleger o próximo presidente do partido e rever os estatutos e programas da organização, assim como aprovar o programa de governação, tendo em vista as eleições de 2027.

