Angola está a braços com uma epidemia de cólera desde o início do ano, que provocou já 519 óbitos em 14.671 casos detectados, afectando 17 das 21 províncias.

Virgílio Tyova, considerou a epidemia de cólera "um dos graves desafios" que o país está a enfrentar neste momento, manifestou solidariedade com todas as famílias e comunidades atingidas, "em especial aquelas que perderam os seus entes queridos", e reafirmou o "inabalável compromisso com a vida, com a saúde e o bem-estar de cada angolano".

O primeiro vice-presidente do grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que falava hoje na Assembleia Nacional, disse ainda que, apesar dos esforços contínuos e das medidas de contenção desenvolvidas pelas autoridades, "o cenário continua ainda de preocupação e exige uma determinada resposta política, institucional e social, mas também colectiva, coordenada e imediata".

A UNITA (oposição) criticou, na terça-feira, a "incapacidade do Governo" angolano de enfrentar a epidemia de cólera, salientando que este é o pior cenário dos últimos 30 anos em Angola.

Segundo o ministro da Saúde do "governo sombra" da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), Anastácio Rúben Sicato, já não se trata de um simples surto de cólera face ao elevado número de casos registados.

"Pela análise da situação, enfrentamos agora uma verdadeira epidemia de cólera em expansão nacional. E isso reflecte a enorme dificuldade que o executivo teve de conter o alastramento desta doença quando ela surgiu", afirmou.

Nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registados seis mortos e 297 novos casos, reportados nas províncias de Benguela, Cuanza Norte, Luanda, Malanje, Bengo, Namibe, Cabinda, Cuanza Sul, Huíla, Zaire e Icolo e Bengo.

Luanda, a capital de Angola e o epicentro da doença, lidera o número de casos (5.348) e de mortes (195).