O primeiro-secretário do MPLA no Kwanza-Sul, Job Capapinha, considerou falsas e caluniosas as acusações feitas contra si nalguns círculos do partido no poder naquela província.

O também governador é acusado de proibir o seu antecessor no Governo do Kwanza-Sul, Eusébio de Brito Teixeira, de participar de uma reunião do Comité Provincial do MPLA, ocorrida na última semana, no Sumbe.

Em exclusivo ao Novo Jornal, Capapinha disse não existir problemas que o levariam a ter esta atitude, quanto mais com um alto dirigente do Comité Central do MPLA.

"Não tive comunicação formal ou informal com o alegado visado. Os motivos da sua ausência, certamente, só ele saberá dizer em sede própria do partido", explicou

o governador. Ainda de acordo com o governante, o militante Álvaro de Boavida Neto (indicado para acompanhar o partido naquela província) deverá dar melhores explicações.

Contactado pelo NJ, o coordenador do grupo de acompanhamento do MPLA na província do Kwanza-Sul, Álvaro de Boavida Neto, explicou que as informações que ostenta apenas foram obtidas por meio das redes sociais, pelo que carecem de confirmação por parte dos militantes alegadamente envolvidos. O militante recusou-se a entrar em pormenores sobre a polémica.

"O MPLA vai analisar o que terá ocorrido e poderá esclarecê-lo. Neste momento, não queria avançar mais nada, sob pena de incorrer em tamanha imprudência", fez saber o também antigo secretário-geral do partido no poder, Álvaro de Boavida Neto

Segundo fontes do NJ, Eusébio de Brito Teixeira terá sido convocado pelo Secretariado do Comité Provincial do MPLA para a reunião partidária dos «camaradas» no Kwanza-Sul uma semana antes do encontro, uma convocatória que também abrangia Álvaro de Boavida Neto.

Já o secretário do MPLA no Kwanza-Sul, Eliseu Miranda, é descrito como tendo sido o "testa de ferro" de Capapinha.

Segundo fontes, foi ele quem informou ao antigo governador, Eusébio de Brito, que, por orientação superior do primeiro- -secretário, Job Capapinha, não poderia participar da reunião, o que obrigou o visado a solicitar que lhe passassem por escrito a referida orientação.

Dias depois, acrescenta a fonte, Eliseu Miranda terá enviado uma segunda alternativa a Eusébio Teixeira, dando-lhe a conhecer que estaria autorizado a participar na abertura da reunião e, posteriormente, seria obrigado a retirar-se da sala.

Este semanário procurou contactar o também general Eusébio de Brito, para poder apresentar o seu argumento, mas não foi bem-sucedido. Todavia, esta semana, informações não oficiais davam conta de um documento no qual o antigo governador considera que o actual desconhece os estatutos do MPLA.

"Os estatutos do MPLA, no seu artigo 58.º (Reuniões dos Comités Intermédios), na alínea A) do n.º 3, estabelecem que "podem participar das reuniões dos Comités Intermédios como convidados e sem direito de voto os deputados eleitos neste círculo".