Nas últimas imagens que estão disponíveis no Instagram, o norte-americano de 31 anos explica que foi "de novo" assaltado e que, por isso, optou por regressar a casa, sendo a Barra do Dande a última paragem antes de voar para a Califórnia, Estados Unidos, onde reside habitualmente.

Mas, em contacto com o Novo Jornal, depois de, ainda em Luanda, a 07 de Janeiro, ter contado a sua "aventura", ainda muito longe do fim, desta feita, através do chat do Instagram, explicou que quando se fazia de novo a caminho, nas imediações daquela localidade, foi "assaltado e ameaçado" por um grupo de indivíduos "com catanas".

Depois de lhe tirarem parte dos haveres, conseguiu esconder-se no mato onde esperou pela noite para voltar a Luanda o mais rápido possível de forma a voltar para os EUA.

"Depois do meu segundo dia a caminhar assim que deixei Luanda, fui perseguido por um grupo de homens com catanas. Foi assustador. Consegui esconder-me nuns arbustos e só com o cair da noite tive coragem para sair e fugir...", contou o norte-americano ao Novo Jornal.

Isto aconteceu depois de, já em Luanda, quando chegava, em Dezembro, vindo do sul, ter sido assaltado com uma arma de fogo, na zona do Benfica, onde perdeu o seu telemóvel, com muitos registos importantes, o que o desanimou mas não o impediu de continuar.

Nessa conversa com o Novo Jornal, Brian Stupek admita saber que "há riscos".

"Sei que há riscos, sei que, apesar de tudo, basta um momento pior para deitar por terra um projecto desta dimensão, mas no que acredito é que as probabilidades estão a meu favor porque a maioria esmagadora das pessoas são naturalmente simpáticas", disse ao Novo Jornal, em Luanda, horas antes de se voltar a fazer à estrada.

E é isso mesmo que estes os quatro meses e quase três mil quilómetros lhe confirmaram, com experiências extraordinárias desde a África do Sul ao sul de Angola, com pessoas sempre disponíveis para ajudar no que podem, e, por vezes, mais que isso...

No próximo capítulo desta extraordinária jornada estavam os os 550 kms entre Luanda e a fronteira do Luvo, com a RDC, e depois os quase 270 entre o Luvo e Kinshasa, a capital congolesa que se apresentava, para ele, então, como um dos percursos mais duros.

Nada que atrapalhasse muito, porque, como explicou ao Novo Jornal, "o mundo está cheio de gente que começa projectos e nãos acaba", garantindo que não queria ser uma dessas pessoas, empenhando-se não apenas em concretizar o projecto como não desperdiçar as oportunidades para ajudar e inspirar outros, estando sempre disponível para participar em iniciativas humanitárias para as quais seja desafiado. Não correu bem.

Não o move qualquer tipo de religiosidade nesta sua caminhada, apenas uma fé inabalável de que cada um de nós pode "ajudar a mudar o mundo para melhor" com as suas acções, e, porque "caminhar foi sempre a forma como, quando precisava, encontrava a paz interior, mesmo quando acometido dos problemas inerentes à bipolaridade" de que padece.

Depois da traumatizante experiência de Angola, voltou para Casa.