Uma nota da instituição enviada ao Novo Jornal Online reconhece que, "apesar das melhorias verificadas desde 2002 e das diferentes iniciativas públicas direccionadas para mitigar a pobreza extrema e a produção agrícola familiar, cerca de dois milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição crónica moderada e mais de 700 mil sofrem de desnutrição grave".
A nota refere que são 38 crianças angolanas em cada 100.
Tais dados, segundo o documento, constam do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) de 2016. No mesmo ano, só na província do Bié, mais de 150 pessoas morreram em 2020 casos registados de desnutrição.
Apesar de tudo, um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), divulgado em 2014, mostra que Angola tem vindo a registar uma redução acentuada, durante os últimos 25 anos, no número de pessoas que padecem de desnutrição.
"Até 1992, a taxa de pessoas subnutridas era de 63,3 por cento do total da população, enquanto em 2014 fixou-se em 18 por cento", refere o relatório.
A desnutrição é responsável por metade das mortes de crianças no mundo e tem comprovadas implicações no desenvolvimento físico e intelectual dos seres humanos ao longo da vida. De acordo com o censo populacional de 2014, existem, em Angola, quase cinco milhões de crianças menores de cinco anos.
"Nos dados relativos ao último Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS), de 2016, nas províncias do Bié, Moxico, Cunene, Huíla e Luanda podiam ser contabilizadas mais de 300 mortes por desnutrição em mais de quatro mil casos registados", explica a nota.
De acordo com o documento, as situações de insegurança alimentar caracterizam-se pela dificuldade de acesso aos alimentos, tanto em quantidade como em qualidade e é ainda potenciada pelas permanentes dúvidas que as famílias angolanas enfrentam sobre o melhor alimento a proporcionar aos membros dos seus agregados.
As principais manifestações de insegurança alimentar são a fome, a desnutrição e a obesidade, sendo as duas primeiras as mais graves para a situação em Angola.
A conferência vai decorrer em Luanda, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, e começa às 10h00.