Com a saída de Mothae, a Lucapa definiu como prioridade em África a mina do Lulo, sendo que os seus investimentos na Austrália também fazem parte do novo foco desta empresa que revolucionou a indústria diamantífera em Angola.
Essa revolução chegou quando em 2016 o Lulo foi o local da descoberta do maior diamante alguma vez encontrado na centenária indústria diamantífera angolana, com 404 quilates, de grande qualidade.
Essa "pedra" foi adquirida por 16 milhões USD pela de Grisogono, a joalheira suíça, que acabou por falir, que tinha sido adquirida há pouco pela empresária angolana Isabel dos Santos, e, posteriormente, trabalhada para resultar numa jóia rara com embutido de esmeraldas e que valeu 34 milhões em leilão da Christie"s.
Desde então, o Lulo já produziu centenas de diamantes especiais, cm mais de 10,8 quilates, e é dali que saíram os cinco maiores alguma vez extraídos em Angola, com mais de 200 quilates (ver links em baixo nesta página)
Agora, sem a "distracção" Mothae, a Lucapa poderá focar com maior acuidade a sua atenção naquele que é um dos seus grandes objectivos assumidos publicamente, que é descobrir o kimberlito de onde saíram os seus "gigantes", todos descobertos em espaço de aluvião, no leito dos cursos de água que atravessam o seu couto mineiro de mais de 3.000 kms2.
A empresa australiana tinha anunciado em Maio a venda dos 70% que detinha na Mothae com a finalidade de se focar essencialmente nos seus investimentos em Angola e na Austrália.
Para isso terá contribuído decisivamente o facto de o Lulo ter permitido uma visibilidade a esta empresa de pequena dimensão na Austrália, embora cotada em bolsa, tendo sido uma etapa fundamental quando em 2016 conseguiu o recorde do preço por quilate de 2983 USD, mantendo ainda hoje um dos valores médios mais elevados do mundo.
Esta opção de focar a atenção no Lulo, onde está em parceria com a Endiama e a Rosa & Pétalas, foi, seguramente, fortemente ponderada visto que a mina Mothae também foi responsável por alguns diamantes de grande dimensão e qualidade, acima dos 200 quilates, tendo começado actividade apenas em 2019.
Segundo informação disponibilizada pela empresa, a Lucapa recebeu do comprador, a Lephema Executive Transport, um fee nominal de 6,660 USD pela sua parte, enquanto a Mothae Diamonds, que detém a mina, pagará perto de 665 mil USD.