Daniel Chapo fez o discurso inaugural do seu mandato como 5º Presidente da República de Moçambique sob fortes medidas de segurança e o regresso da violência às ruas do país, com pelo menos oito mortos confirmados entre os manifestantes que contestam a sua vitória (ver links em baixo).

Entre as reformas mais salientes enumeradas por Chapo sobressaem a redução do número de ministérios, apostar nas novas tecnologias para combater a burocracia e dar um acérrimo combate à corrupção.

Citado pelos media locais, Chapo considerou a corrupção "uma doença" responsável pela corrosão do tecido social moçambicano, destacando a questão dos funcionários públicos fantasmas ou os gangues "enriquecem à custa do povo".

"Isto vai acabar, isto tem de acabar", enfatizou o novo Presidente, acrescentando que no seu turno "não haverá lugar para aqueles que colocam os interesses pessoais acima dos interesses do povo".

Com ênfase nas mudanças necessárias para mudar o Estado, num esforço que sabe ter de conduzir para acalmar os protestos populares, depois de nas últimas semanas terem decorrido as maiores e mais letais manifestações pós-eleitorais de sempre no país, Chapo diz que vai agora "colocar o povo no centro das decisões políticas".

Entre as mudanças destacou o congelamento da compra de bens materiais como viaturas para os governantes, desviando esses recursos para a compra de ambulâncias e outras viaturas fundamentais para dar segurança ao povo.

O país, segundo Daniel Chapo, "não vai continuar refém da corrupção, do compadrio ou da injustiça", garantiu no seu discurso de cerca de 50 minutos com que se apresentou após a tomada de posse.

Observar como vão as ruas reagir a este discurso e ao início da sua governação é o foco do interesse geral, até porque Chapo chega ao poder como o primeiro Presidente á nascido, há 48 anos, após a independência do país do colonialismo português.

O antigo governador de Inhambane é, comparado com os restantes presidentes da democracia, aquando da chegada ao poder, um jovem de 48 anos, o que lhe permite poder conquistar pelo menos o direito a ter uma oportunidade em como vai fazer diferente, porque no seu discurso pouco ou nada divergiu dos restantes ao elencar promessas.