Foi bairro do Marçal, distrito urbano do Rangel, em Luanda, que, depois de ter quebrado um selo fiscal de um contentor sem a presença das autoridades aduaneiras, o cidadão chinês acabou a ouvir ordem de prisão após cuspir na cara do agente do SIC.
Huang Lee insurgiu-se contra o oficial do SIC que o abordou, após denúncia, e acabou por cuspir-lhe no rosto, sendo detido de seguida.
Na segunda-feira, 27, depois de ser presente a um procurador junto do SIC, o empresário chinês, gerente de uma firma denominada "LEE", foi encaminhado para o Tribunal de Comarca de Luanda para julgamento sumário.
Em função da greve que se regista nos tribunais de comarca dos oficiais de justiça, desde o dia 20 deste mês, vários julgamentos agendados, incluindo os sumários, têm sido adiados.
O Novo Jornal soube junto do Tribunal de Comarca de Luanda, também conhecido como "Dona Ana Joaquina" que Huang Lee foi solto pelo magistrado do Ministério Público (MP) após pagar uma caução de 1,4 milhões de Kwanzas, o que lhe permite aguardar as tramitações subsequentes em liberdade.
Segundo fonte do tribunal, a colocação do empresário chinês em libertação não terá caído bem aos operacionais do Serviço de Investigação Criminal que se sentiram desrespeitados.
O Novo Jornal soube ainda que Huang Lee deverá voltar ao tribunal para julgamento no próximo dia 11 de Abril, em processo abreviado, pelo facto do crime de que é acusado ser punível com pena de multa ou com pena de prisão não superior a 5 anos.
O superintende-chefe de investigação criminal, Manuel Halaiwa, director nacional do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC, disse à imprensa que os agentes do SIC deslocaram-se ao Rangel mediante uma denúncia anónima, que dava conta da existência de um contentor que estava a ser "desovado" sem a presença das autoridades aduaneiras.
"No momento da abordagem, o cidadão insurgiu-se contra o oficial do SIC, alegando ter amigos que o podem proteger e cuspiu-lhe no rosto, mas o oficial não se deixou intimidar e no rigor prosseguiu com o seu trabalho e efectivou a detenção", contou aos jornalistas Manuel Halaiwa.
Huang Lee, o empresário chinês, é agora acusado pelos crimes de desacato à autoridade e violação de selo fiscal.