O Executivo determinou na última segunda-feira, 6, que os candidatos a uma vaga na função pública nos sectores da Saúde e Educação, bem como das Forças de Defesa e Segurança passem a apresentar o Certificado de Vacinação, apesar de os dados oficiais evidenciarem fracasso nas metas do Plano Nacional de Vacinação, que previa imunizar 6,4 milhões de pessoas até ao primeiro semestre deste ano - o equivalente a 20% da população -, mas conseguiu que apenas pelo menos 935 mil pessoas tenham completado o protocolo de vacinação, que consiste em apanhar duas doses de vacina ou, nalguns casos, uma vacina que se administra em dose única, como a americana Janssen.

Anunciadas pelo chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, as alterações às normas da Situação de Calamidade Pública definem ainda como "estritamente recomendada" a vacinação dos funcionários públicos e de todos os profissionais do sector privado e dos cidadãos que se desloquem em viagens interprovinciais, prevendo mesmo que "as entidades públicas e privadas competentes" possam exigir a apresentação do teste de Covid-19 negativo como condição de acesso aos serviços para quem não esteja vacinado.

De resto, sobre o Plano Nacional de Vacinação, iniciado a 2 de Março, são as próprias autoridades a admitir o insucesso, conforme o fez, recentemente, em Luanda, a ministra da Saúde, ao afirmar que os postos têm capacidade para vacinar três mil pessoas por dia, mas, em muitos casos, não chegam sequer a receber mil.

"Temos mais de 400 mil pessoas que fizeram a primeira dose e ainda não apareceram para fazer a segunda", lamentou Sílvia Lutucuta, sublinhando que a meta é assegurar que, até ao final do ano, sessenta por cento da população-alvo (cidadãos maiores de 18 anos) esteja vacinada.

Entretanto, a mea-culpa quanto à vacinação não vem apenas de governantes. Por exemplo, o médico Jeremias Agostinho, que considera que o País "está muito distante" de alcançar a meta de vacinar 10% da população-alvo até ao final do ano, entende que as autoridades deviam pôr fim a certos procedimentos burocráticos, a começar pelo cadastramento prévio obrigatório como critério para a vacinação.

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