De acordo com a estação emissora das Nações Unidas na RDC, a Radio Okapy, este movimento resulta de um "ultimato" feito pelas autoridades angolanas para obrigar ao seu regresso ao Congo, mas uma fonte do Ministério do Interior na Lunda Norte garantiu que não foi emitido qualquer ordem para esse efeito.

A mesma fonte garante que o que se passa, e que admite psssa estar por detrás deste movimento de milhares de congoleses que voltam à RDC através da região do Kasai, é que as autoridades nacionais têm em curso, há muito tempo, um apertado sistema de controlo sobre os ilegais em território angolano e isso tem pressionado os ilegais a deixarem o País.

No entanto, esta movimentação de um grande número de pessoas em direcção à RDC a partir das Lundas está a provocar de segurança alimentar e saúde entre os envolvidos nesta marcha.

Como conta a Okapi, o Serviço de Higiene nas Fronteiras da RDC relata a ocorrência de problemas resultantes a ausência de condições mínimas para o regresso seguro de milhares de pessoas, incluindo famílias inteiras, com crianças e idosos.

Este movimento de pessoas começou com maior incidência a 06 de Setembro, coincidindo, dizem, com o aperto da vigilância aos ilegais nas regiões de fronteira angolanas.

Citado pela Okapi, Christian Mabedi, responsável pela Higiene nas Fronteiras congolesas, disse que existe um risco sanitário evidente, desde logo por causa da Covid-19, mas também por causa de outras doenças, entre estas as recorrentes neste tipo de cenário, como a malária, diarreias, entre outras.

Este responsável explica ainda que estes milhares de pessoas são obrigadas a fazer a pé muitos quilómetros, entre o território angolano e a primeira localidade na RDC, alertando para a existência de muitas crianças entre os que estão a regressar sem acompanhamento de adultos, o que as coloca em condições de especial fragilidade face a múltiplos riscos.

"A situação começa a ser precária e de risco, porque a capacidade de resposta está debilitada e a estrada entre Kamako e Tshikapa começa a emergir como um espaço de grande preocupação", disse.