Países da SADC traçam estratégias para combate à caça furtiva na região
Representantes dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) estão reunidos, deste quarta-feira, em Joanesburgo, África do Sul, para entre outros assuntos, traçarem estratégias de combate à caça furtiva, até 2020.
O encontro que decorre até esta sexta-feira, vai permitir a aprovação da estratégia e aplicação da lei e do combate à caça furtiva na região, de acordo com o director nacional da Biodiversidade do Ministério do Ambiente de Angola, Joaquim Manuel.
Em declarações à Angop, a partir de Joanesburgo, Manuel Joaquim referiu que a estratégia tem como objectivo de informar os Estados membros da SADC da necessidade de uma abordagem colectiva para a conservação e protecção da fauna selvagem na região, e a busca de uma melhor coordenação entre os vários intervenientes na área da defesa das mais variadas espécies no seio e fora da SADC.
Os representantes dos mais variados países analisam igualmente onde se encontra a crescente pressão da maioria dos agrupamentos da fauna selvagem em África.
Quanto a caça furtiva, Joaquim Manuel defendeu a necessidade de haver maior concertação entre os Estados membros, para a superação deste mal e combate ao comércio ilegal e internacional de animais e seus artefactos.
"A região da SADC enfrenta o desafio de um aumento na caça furtiva dos elefantes, rinocerontes e outros da fauna selvagem, devido ao lucro fácil e aumento do preço deste produto nos mercados asiáticos", disse Joaquim Manuel.
Hoje, acrescentou, o quilograma de cornos de rinoceronte chega a ser vendido no mercado negro internacional a 65 mil dólares americanos, o que incentiva cada vez mais a caça furtiva.
Fez saber que três mil 668 rinocerontes foram abatidos na África do Sul desde 2009. Em todo o mundo, foram confiscadas grandes quantidades de marfim, na sua maioria originário de África que excederam os limites sustentáveis até 2013.
Contudo, a África Austral ainda contém as maiores populações remanescentes de elefantes no mundo, que precisam ser conservados e protegidos.
No caso de Angola, deu a conhecer que foi elaborado o seu Plano de Acção Nacional do Marfim 2015-2016, para pôr cobro ao tráfico de marfim e cornos de rinoceronte no nosso território.
Disse ainda que foi elaborado o projecto sobre "O Conflito Homem Animal" que após a sua cabimentação orçamental será implementado nas zonas mas susceptíveis aos referidos conflitos.
Outras iniciativas tais como o levantamento da flora e fauna da Lagoa do Carumbo, o levantamento da vegetação da Floresta do Maiombe e o da biodiversidade nos rios Cuíto e Cubango pela National Geographic, entre outros são iniciativas que vêem fornecendo dados a ciência e aumentando o conhecimento nacional sobre a flora e fauna do país.
Estes projectos, de acordo com o técnico do Ministério do Ambiente, dão maior possibilidade de decisão com base a informações científicas.
Fazem parte da SADC, para além de Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Angop/NJ