Sem nunca ter citado o "caso AGT", a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, assumiu esta terça-feira, 01 de Abril, em Benguela, que a reputação dos gestores do seu pelouro foi posta em causa como nunca se tinha visto, apontando para a urgente reconstrução de uma confiança bastante fragilizada.
Esta reconstrução, segundo a governante, é feita com boa governação e uma prática assente em "trabalho sério, sem margem para desvios".
"A confiança do público não se impõe por decreto, é preciso a demonstração de que ninguém está acima das normas", sustentou Vera Dares, após ter avisado, num discurso de quase vinte minutos, que "os últimos acontecimentos impõem esta reflexão".
Numa altura em que continua na ordem do dia o alegado desvio de 7 mil milhões de Kwanzas na Administração Geral Tributária, e com a PGR a admitir dificuldades na recolha de provas, a ministras das Finanças salienta que não se deve varrer a poeira para debaixo do tapete e fingir que nada aconteceu.
Daí que, conforme aponta, o lema escolhido para o Conselho Consultivo tenha como pano de fundo uma "ampla reflexão" sobre a estratégia para o fortalecimento da gestão das finanças públicas.
"Tudo em nome do desenvolvimento sustentável do País, uma meta inadiável. Um sistema vulnerável, sem observação das leis, regras e sem compromisso de todos, deixa toda a estrutura à prova", alertou.
Na ponta final, Vera Daves de Sousa afirmou que o Ministério das Finanças não deve ser o elo enfraquecido da luta contra a corrupção e crimes económicos, na qual "o Executivo liderado pelo Presidente da República continua empenhado".
O Conselho Consultivo das Finanças, que termina, inscreve dois painéis com vários temas, sendo que no segundo vai estar em análise "O papel dos processos e procedimentos na transformação da gestão das finanças publicas".