Mas já era certo que este acontecimento foi parte relevante na nova subida dos preços do crude nos mercados petrolíferos nesta manhã, a par da escalada perigosa no conflito isarelo-iraniano, onde sobressai a ameaça de entrada dos EUA no "team" israelita de ataque a Teerão.
Aparentemente dois gigantes dos mares do transporte de crude chocaram, ao início da manhã, hora de Luanda, à beira do Estreito de Ormuz, área controlada pelo Irão e pelos Emiratos Árabes Unidos, ligando, numa estreita faixa de mar navegável de dois kms, num total de 30 kms, o Golfo Pérsico e o Oceano Índico, por onde navegam 20 milhões de barris por dia (mbpd).
O terceiro petroleiro, embora faltem certezas, como se podia ler a esta hora, 11:35, terá chocado com os dois que já estavam envoltos em chamas, o que gera um evidente cenário de pânico para o sector petrolífero global, não fosse este um dos efeitos da guerra mais temidos.
Mesmo não havendo garantias de que se trata de um acidente provocado, no que é uma ameaça permanente com que o Irão assusta os seus adversários ocidentais, a mera possibilidade de tal ser verdade, deixa os mercados em pânico.
E isso mesmo se percebe com os 2% de subida no valor do barril de Brent, para os 74,58 USD, já nesta manhã, perto das 11:45, hora de Luanda, sob efeito do "acidente" no Golfo Pérsico, mas também da crescente abrasividade no conflito entre o Irão e Israel, com a ameaça de entrada dos EUA no "team" de Telavive.
É a evidente incerteza da evolução dessa guerra que está a deixar os nervos dos analistas dos mercados à flor da pele, porque, além do ataque israelita a uma área de produção de gás no Irão, gerida em cooperação com o Catar, da destruição da refinaria de Haifa por misseis iranianos, ou alguns depósitos de crude em Teerão, não há notícias sólidas sobre a disrupção relevante da produção global.
Mas a ameaça de bloqueio do Estreito de Ormuz é um assunto totalmente diferente e isso poderia, a verificar-se, catapultar o valor do barril de petróleo para lá da fasquia perigosa dos 200 USD, sendo que o mesmo poderia resultar da destruição da infra-estrutura petrolífera do Irão, o 3º maior produtor entre os membros da OPEP, com mais de 3,3 mbpd ao dia de hoje.
Tal cenário seria catastrófico para a economia mundial e os EUA, a braços com uma inflação problemática para a Administração Trump, que se esforça para baixar o preço do crude como forma de controlar o problema, estaria entre os maiores prejudicados.
Por essa razão, Trump pode não ter interesse na escalada do conflito, mesmo que Israel tenha como objectivo, arrastar os Estados Unidos para ele, porque seria a única forma de conseguir uma derrota absoluta de Teerão.
Fontes citadas pelos media norte-americanos relatam que essa é uma das razões para o agendamento de urgência do Conselho de Segurança Nacional dos EUA pelo Presidente Trump, o que levou o Presidente norte-americano a deixar abruptamente a meio a reunião do G7 a decorrer no Canadá.
As próximas horas serão decisivas para o evoluir do conflito israelo-iraniano e para se perceber o rumo que Donald Trump vai escolher para os EUA nesta crise global a partir do Médio Oriente.