A Alassola, empresa de direito angolano que actua no segmento têxtil, acusa a Comissão de Avaliação (CA) do concurso público internacional para a Privatização das Unidades Industriais Têxteis, integradas no Programa de Privatizações (PROPRIV), de ter procedido de modo "inválido, ilegal e inconstitucional" ao processo que ditou a sua exclusão da fase preliminar do concurso. Insatisfeita com o desfecho do recurso à audiência prévia junto da CA, a empresa sediada em Benguela aguarda, agora, pela resposta ao recurso hierárquico, submetido, no início desta semana, a uma consideração de Vera Daves, ministra das Finanças.

No documento, a que o Novo Jornal teve acesso, a Alassola faz uma réplica dos argumentos contestatórios apresentados à Comissão de Avaliação/Negociação, no qual a empresa que gere, há mais de três anos, a África Têxtil em Benguela manifesta a sua discordância sobre a apreciação efectuada à sua proposta.

A Alossala fundamenta no documento, entregue à organização do concurso a 4 de Setembro - último dia fixado para a apresentação de reclamações -, que a apreciação feita pela CA "prejudica, de forma preponderante e determinante," a sua candidatura, detalhando, em cada um dos três critérios de avaliação, as razões da sua contestação.

A componente corporativa é a que mais consumiu «tinta» na exposição submetida à Comissão de Negociação, coordenada - à luz do concurso público anunciado a 18 de Maio de 2020 no Jornal de Angola - por José Sandumbo Sionguele, quadro do Instituto de Gestão de Activo e Participação do Estado (IGAPE).

Há razões, no mínimo desconfortáveis, para que a Alassola se sentisse desapontada pelo resultado da sua exposição Corporativa apresentada à comissão: a empresa obteve uma pontuação 0, tendo isso pesado no resultado final, que colocou a Alassola, com 50%, abaixo dos 68,2% e 53,0% das concorrentes BAOBAB e COSAL, respectivamente, que seguem, assim, para a derradeira fase do concurso.

Não obstante ter batido a concorrência na componente Financeira (25,1%), a empresa sediada em Benguela reivindica uma pontuação melhor neste item e contesta, igualmente, o valor atribuído à sua exposição no critério Técnico.