No mesmo despacho, referido num comunicado da Casa Civil do PR citado pela Angop, é ordenado que sejam desencadeados, "de imediato, os procedimentos de contratação, por concurso público", dos serviços para a edificação de "um sistema de transferência de água do rio Cunene que partirá da localidade de Cafu até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde, destinando para a obra o valor em kwanzas no equivalente a 80 milhões de dólares".
Um segundo projecto diz respeito à construção de uma barragem na localidade de Calucuve e do seu canal adutor associado, no valor de 60 milhões de dólares, no seu correspondente em moeda nacional.
São ainda destinados 60 milhões de dólares para a construção de uma outra barragem e o respectivo canal adutor, na localidade de Ndue.
"Além do concurso público para se encontrar empresas que possam edificar as obras anunciadas, o Presidente João Lourenço determina também no seu despacho que sejam contratados os necessários serviços de fiscalização", refere ainda a Angop.
A informação sobre a construção de barragens nas províncias do sul de Angola que estão entre as mais ameaçadas e afectadas pela seca que há vários anos se instalou em grande parte da África Austral devido às alterações climáticas já tinha sido avançada pelo ministro da Energia e Água, João Baptista Borges.
O objectivo prioritário destas represas é o armazenamento de água para os animais e para as pessoas mas podem ser ainda fontes abastecedoras de água para irrigação de campos agrícolas.
O Cunene, recorde-se, está oficialmente em situação de calamidade devido à seca e as autoridades locais e a sociedade civil tem insistido junto do Governo de Luanda para a urgência de medidas atenuadoras da situação de catástrofe natural.