Sharbat Gula ficou mundialmente conhecida e deu a cara à mais famosa de todas as capas da National Geographic, mas não deixou de precisar de um documento de identificação e foi detida no âmbito de uma investigação da Agência de Investigação Federal paquistanesa.

No relato das agências de notícias, surge a informação de que Gula obteve um bilhete de identidade falso e, por esse crime, arrisca uma pena que pode ir de sete a 14 anos de cadeia.

Nesta investigação da agência paquistanesa, de grande escala, foram já verificados cerca de 90 milhões de documentos, dos quais mais de 60 mil eram falsos, aparecendo o de Sharbat Gula entre estes.

Gula, agora uma mulher de 44 anos (na foto) faz parte dos milhões de afegãos que se refugiaram ao longo de décadas no Paquistão, tendo já mais de 350 mil regressado ao país de origem, permanecendo, no entanto, cerca de 1, 4 milhões, muitos dos quais sem quaisquer documentos de identificação, estando, por isso, impedidos de se deslocarem com facilidade.

Essa realidade pode ter sido a razão pela qual Sharbat, que, em 2002, o fotógrafo Steve McCurry, que já a tinha fotografado em 1984, encontrou numa remota aldeia afegã, casada com um padeiro e mãe de três filhas, optou por procurar resolver o problema com um documento falso.

Gula foi, durante mais de 10 anos conhecida apenas por "Menina Afegã", porque o seu nome não constava da revista que, em Junho de 1985, a deu a conhecer ao mundo, tendo-se tornado um símbolo do conflito entre afegãos e da situação dos refugiados por todo o mundo.

A foto de Gula foi nomeada como a fotografia mais conhecida na história da revista.