João Lourenço defende nesta primeira comunicação da Presidência sobre os graves incidentes desta semana que se assistiu a "actos premeditados de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais, ameaças e coacção a pacatos cidadãos" acusando "organizações antipatriotas nacionais e estrangeiras de terem estado na sua origem.
Assumiu como "direitos dos cidadãos consagrados na Constituição e na Lei" as manifestações, mas lembrou que isso só vale "quando elas se realizam com o fim único de reclamar direitos ou protestar contra eventuais incumprimentos ou violações desses direitos por parte dos poderes públicos ou entidades patronais".
Justificou a actuação das forças da ordem com o cumprimento do "quadro das suas obrigações" e que, por isso, "a ordem foi prontamente restabelecida, a vida voltou ao normal" mas sublinhou que "as consequências dos actos protagonizados por cidadãos irresponsáveis manipulados por organizações antipatriotas nacionais e estrangeiras através das redes sociais, trouxe o luto, a destruição de bens públicos e privados, a redução da oferta de bens essenciais e de serviços às populações e o desemprego dos angolanos que trabalhavam nesses estabelecimentos comerciais".
"Condenamos veementemente tais actos criminosos, lamentamos a perda de vidas humanas e aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos como consequência dos tristes acontecimentos", disse.
Na nota divulgada na página da Presidência, João Lourenço agradece às forças da ordem e aos órgãos da justiça, aos profissionais da saúde, que prontamente atenderam os feridos nas nossas unidades hospitalares com o fito de salvar vidas, aos partidos políticos, igrejas, organizações da sociedade civil e todos quantos, de forma clara e sem ambiguidade, se pronunciaram publicamente, condenando a barbárie que assistimos nestes dias.
"Vinte e três anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora 50 anos da proclamação da sua Independência Nacional, não podemos aceitar nem tolerar mais dor e luto entre os angolanos".
Mas acaba por admitir que o país ainda tem "muitos problemas sociais por resolver" garantindo que "o Estado está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, educação, habitação e criação de emprego, com a admissão massiva de profissionais da saúde, da educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas de construção de infra-estruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias, de energia e de água, particularmente das grandes barragens do programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, no Cunene, Huíla e Namibe, que absorvem muita mão de obra proveniente de todo país".
E avisou que "os actos de vandalismo contra empresas e estabelecimentos comerciais de privados, só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego para a nossa população, por isso esses actos ocorridos só podem ser entendidos como actos de sabotagem à economia, com vista a agravar ainda mais a situação social que vivemos".
O que levou o Executivo angolano a aprovar, já na segunda-feira próxima, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados.