Segundo aquele site, Angola vai ainda adquirir navios patrulha, que também deram baixa na Armada espanhola (P-27 Ízaro, P-61 Chilreu, F-32 Diana), e o navio de desembarque de carros de combate L-42 Pizarro (ex-USS Harlan County LST-1196).

Segundo a mesma fonte, a venda concretizou-se após a visita de uma delegação composta por almirantes angolanos, que foi conhecer o estado em que se encontra o navio. Esta mesma delegação foi recebida pela Navantia (empresa estatal dedicada à construção de navios), com o objectivo de apresentar como e onde seriam feitas as adaptações e a modernização do porta-aviões.

Segundo informações, o porta-aviões espanhol Príncipe das Astúrias, desactivado há quase um ano, efectuou o que seria previsivelmente a sua última viagem de Cadiz para Ferrol, na Galiza, para ser desmantelado.

Ainda segundo o El Confidencial Digital, os trabalhos de recuperação e adaptação, necessários para colocar o vaso de guerra novamente operacional, serão realizados naqueles estaleiros no norte de Espanha. Apesar de vários países terem demonstrado interesse no porta- -aviões, alegadamente terá sido Angola o último a inquirir o Governo espanhol e a fechar o negócio.

O Príncipe das Astúrias foi, por isso, salvo in extremis, já que os trabalhos de desmantelamento estavam previstos para começar no mês de Dezembro de 2013. À parte a visita da delegação angolana a Ferrol, a notícia ainda não foi confirmada por fontes oficiais.

PÁSSARO DE FERRO

O porta-aviões foi transferido, por empréstimo, para a marinha de Espanha, em 1995, e definitivamente vendido em 2000, tendo servido a armada espanhola até 14 de Dezembro de 2012, quando foi tirado do inventário daquela força. Uma curiosidade é o facto de este navio pertencer à mesma classe do G-28 Matoso Maia, da Marinha do Brasil.

O P-27 Ízaro é uma embarcação da classe Anaga, que faz parte de uma série de dez navios patrulha da Armada Espanhola, projectada para observação da costa, pesca e salvamento. Foi construído pela Empresa Nacional Bazan, agora Navantia. A Armada Espanhola deu baixa do navio, em Dezembro de 2010.

O P-61 Chilreu é um navio patrulha oceânico, tendo sido projectado originalmente como navio de pesca. Foi convertido para a função em 1992, tendo cumprido a missão de controlo marítimo, busca e salvamento, presença naval em regiões remotas e como plataforma de pesquisas científicas até Junho de 2012, quando foi retirado da Armada Espanhola.

O quarto navio é a F-32 Diana, uma corveta de segunda classe. Para confirmar a compra desta frota, o Novo Jornal enviou uma carta ao Comando da Marinha de Guerra Angolana, mas até ao fecho desta edição não recebeu uma resposta oficial.

Na sequência dos contactos, o NJ foi aconselhado a contactar a Casa Militar da Presidência da República, entidade autorizada para efectuar a compra de meios bélicos em Angola. A missiva enviada, também não obteve resposta oficial.

Uma fonte independente disse a este jornal que, caso Angola venha a comprar um porta-aviões, "é um acto legítimo, uma vez que as águas angolanas são constantemente violadas pelos navios de pesca ilegal". "A situação da pirataria no Golfo da Guiné inspira cuidados. Se Angola comprar um porta-aviões não beneficiará apenas o nosso país", evidenciou a fonte.

Valores da transacção

Um porta-aviões é um navio de guerra, que tem como principal papel servir de base aérea móvel. Permite, portanto, que uma força naval possa projectar o seu poderio aéreo a grandes distâncias, sem necessidade de depender de aeroportos (fixos) para os seus aviões. Algumas das principais marinhas modernas que operam estes navios consideram os porta-aviões como a belonave central da frota; papel que era desempenhado anteriormente pelo encouraçado (até à I Guerra Mundial). Os porta-aviões são, geralmente, os maiores navios operados pelas marinhas de guerra. Os maiores super porta-aviões da actualidade são os navios da Marinha Americana, com mais de 90.000 toneladas de deslocamento. Um porta-aviões da classe Nimitz, com dois reactores nucleares e quatro turbinas de vapor, mede cerca de 333 m (1092 ft) de comprimento, tem 95 mil toneladas de deslocamento e pode custar cerca de 4,5 biliões de dólares. Os Estados Unidos constituem o país com o maior número de porta- -aviões, com 11 em serviço neste momento, representando um símbolo da capacidade de projecção de força do país e do seu status, enquanto grande potência militar. Dentre as maiores marinhas do mundo, a Russa nunca centrou esforços na construção deste tipo de embarcação, por o seu valor militar ser questionável mesmo para a projecção de forças, em função da sua grande vulnerabilidade perante mísseis anti-navio de grande porte. Actualmente, apenas dez países mantêm algum tipo de porta- -aviões: Estados Unidos, Reino Unido, França, Índia, Rússia, sendo que Espanha, Brasil, Itália e Tailândia possuem porta-aviões de médio ou pequeno porte, que podem ser utilizados como navios porta- -helicópteros ou STOL.