No estabelecimento comercial foram encontradas um total de 26 meninas (menores e maiores de idade), sendo que sete são provenientes da província de Malanje, quatro do Huambo e 15 são de Luanda.

A história começou a ser desenrolada por um convite de emprego, quando um elemento da quadrilha se deslocou para Malanje e Huambo, para recrutar rostos novos, alegando que trabalhariam em lojas de produtos diversos, mas tudo não passava de um esquema para as levar para serem exploradas sexualmente.

Em Luanda, foram alojadas no distrito da Madeira, bairro do Jumbo, no "Espaço Brasil", e depois foram informadas que "iriam passar a ter relações sexuais com diversos homens em troca de dinheiro", de acordo com o porta-voz nacional da Direcção de Investigação Ilícitos Penais (DIIP), Quintino Ferreira.

Indignadas com a notícia, rejeitaram de imediato, mas a rede obrigou-as a trabalhar no espaço, alegando que "têm de pagar o dinheiro que se gastou nas passagens e na produção das suas imagens".

As vítimas, explica a polícia, foram maltratadas por inúmeros homens, de várias idades, que pagavam 100 mil kwanzas por cada acto. Deste valor, as mulheres recebiam apenas dez mil kz.

Esgotadas com a situação, na semana passada, três vítimas de 17, 18 e 21 anos, fugiram do lugar, dirigiram-se para esquadra da localidade e fizeram uma participação.

No fim-de-semana, após diligências, uma equipa da DIIP deslocou-se para o bar, onde foram detidos em flagrante dois gerentes do espaço.

O homem e a mulher que foram presos, ambos de 27 anos, vão ser encaminhados para o juiz de garantias, acusados de lenocínio, exploração sexual de menores e associação criminosa, enquanto diligências prosseguem para localizar os demais membros da quadrilha.

Quanto às 11 Jovens provenientes das províncias que eram mantidas em cativeiro, após o desmantelamento do bordel, foram todas encaminhadas para a esquadra do Catinton no município da Maianga, e, normalmente, serão depois reencaminhadas para as suas famílias.