Numa conferência de imprensa realizada hoje em Luanda, estas organizações disseram aos jornalistas que há pessoas que estão a ser detidas apenas porque reivindicam por melhores condições sociais, apurou o Novo Jornal.

O grupo de organizações da sociedade civil denunciou que os líderes das associações e cooperativas de táxis, detidos recentemente pelas autoridades durante os tumultos de Julho, e diversos activistas, estão a ser maltratados nas cadeias onde se encontram.

Segundo estas organizações, estes cidadãos estão presos ilegalmente, sem acusação formal, por apenas reivindicarem por melhores condições de vida.

Conforme as organizações, em oito anos de governação, o Presidente João Lourenço consolidou o país num Estado totalmente militarizado e policial, onde as forças de defesa e segurança passaram a vigiar permanentemente a liberdade de expressão e de manifestação.

Para estas organizações, este quadro tem fragilizado o Estado Democrático de Direito, "promovendo um ambiente de repressão e intimidação".

Conforme a Sociedade Civil Contestatária, as manifestações realizadas nos dias 12 e 19, bem como os pretextos dos dias 28,29 e 30 de Julho, durante a greve dos taxistas, resultaram em 12 presos políticos.

Entre estes presos constam os nomes dos activistas Osvaldo Caholo, Serrota José de Oliveira "General Milas", André Miranda, Buca Tanda, Kiloanji Lourenço, Gonçalves Frederico, Venâncio Gondo Lucungo, "Soba Príncipe" e cinco líderes das associações e cooperativas de táxis.

A Sociedade Civil Contestatária assegura que Osvaldo Caholo e "General Milas", encontram-se doentes na prisão, sem assistência médica adequada.

Para estas organizações, há violações sistemática dos direitos humanos contra estes detidos, pois não têm assistência médica, enfrentam restrições de visitas, isolamento em celas solitárias, falta de higiene nas celas, tortura psicológica e agressões físicas.

Por isso, apelam à comunidade internacional e às igrejas a não ficarem em silêncio diante destas violações.

A Sociedade Civil Contestatária é composta pelas organizações, UNTRA, Escola de Direitos Humanos e Liderança na Comunidade, Observatório da Imprensa de Angola e a Friends of Angola (FoA).