Com o calendário a apontar o dia de Sábado, 26 de Setembro como a fronteira entre o 3º e o 4º anos do Presidente João Lourenço, centenas de pessoas, na sua maioria jovens, saíram às ruas da capital angolana para dizerem que não estão contentes com o rumo que Angola está a levar.

A manifestação de Sábado, que tinha abrangência nacional, segundo os organizadores, grupos de activistas e da sociedade civil, teve, porém, em Luanda o seu ponto alto, como seria de esperar e as centenas de jovens que se aglomeraram junto ao Cemitério de Santana, seguiram depois para o 1º de Maio.

Isto, não sem que antes fossem "negociadas" as condições com a policia de forma a evitar violência, que era, claramente, segundo contaram algumas pessoas que participaram na acção, o objectivo das autoridades, depois de meses envoltas em forte polémica devido às inusitadas mortes por motivos fúteis, tendo mesmo o comandante-geral da PN, Paulo de Almeida, dito há dias que a corporação ainda comete muitos erros e tem de corrigir a forma como age perante os cidadãos, como o Novo Jornal noticiou.

Neste protesto foram entoadas, sob vigilâncias próxima de agentes da PN, palavras de ordem no sentido de exigirem mais emprego, mais e melhor educação e saúde, menos agressividade policial e mais atenção ao futuro do país, contra a corrupção e a impunidade...

João Lourenço assumiu o poder das mãos de José Eduardo dos Santos a 26 de Setembro de 2017, prometendo um combate cerrado à corrupção e ao fomento do emprego, com tudo assente no slogan "Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal", o que gerou fortes expectativas porque foi das poucas vezes que o MPLA assumiu de forma sólida que nem tudo esteve bem ao longo dos mandatos sucessivos de JES.

Para além do combate à corrupção e da criação de centenas de milhares de empregos, João Lourenço assumiu ainda o compromisso de privatizar uma boa parte das empresas estatais ou participadas pelo Estado, o que está a ser feito mas claramente dificultado pela crise económica que obrigou o Executivo a forjar um acordo histórico com o FMI no valor de 3,7 mil milhões USD para suprir as evidentes dificuldades de tesouraria com que se debatia, e ainda debate, com o acrescento de dificuldades gerado pela crise pandémica.

MPLA denuncia campanhas contra Angola na passagem do 3º anos de Governo de JLo

O Bureau Político do MPLA denunciou, neste Sábado, as campanhas de intoxicação movidas contra as instituições do Estado angolano e o Presidente da República, João Lourenço.

Numa declaração sobre o 3º aniversário do mandato de João Lourenço, citada pela Angop, o MPLA repudia "veementemente todas as manobras de diversão" visando desacreditar as acções no âmbito do combate contra a corrupção, a impunidade e demais práticas nocivas que ameaçam "seriamente" os alicerces da sociedade angolana.

O MPLA manifesta, por outro lado, a sua "confiança" nas instâncias de Justiça, no sentido de fazer imperar a Lei e o Direito, ao mesmo tempo que exorta aos angolanos a manterem-se "vigilantes" e a cerrarem "fileiras" em torno da liderança do Presidente João Lourenço.

Na perspectiva do maior partido político angolano, só com a participação de todos Angola poderá vencer os desafios do desenvolvimento.

Na sua mensagem, o MPLA encoraja, ainda, o Presidente da República a reforçar as medidas de políticas para garantir a dinamização da economia nacional e consolidar as conquistas alcançadas em sede dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos.

O partido no poder em Angola reconhece que o Presidente João Lourenço não tem poupado esforços, desde o primeiro dia em que assumiu o poder, para consolidar a estabilidade política e social, no quadro da governação de proximidade, inclusiva e participativa.

"Os três anos de governação do Presidente João Lourenço também estão marcados pela implementação de medidas destinadas a assegurar o desenvolvimento económico sustentável", lê-se numa nota distribuída à comunicação social.

A este propósito, a nota destaca o "aumento" da produção interna de bens de consumo de primeira necessidade, bem como a "melhoria" do ambiente de negócios, por forma a que o país reconquiste a confiança dos investidores angolanos e estrangeiros.

Na sua nota, o MPLA destaca, igualmente, o envolvimento pessoal do Presidente João Lourenço, ao longo dos três anos do seu mandato, na transformação do combate contra a corrupção como imperativo nacional, na reforma do Estado e da Justiça, e no alargamento dos espaços de liberdade de expressão e de manifestação política.

Outrossim, o MPLA realça a postura do Presidente angolano, ao fazer uma maior aposta nos jovens e nas mulheres no processo de decisão política e na promoção da diplomacia económica, para a captação de investimentos estrangeiros.

Num outro sentido, o MPLA exorta a todos os angolanos a associarem-se aos esforços visando a moralização da sociedade, vencer a crise económico-financeira e continuar a promover o bem-estar e a qualidade de vida das populações.

Por último, o partido maioritário no país reitera o apoio nas medidas implementadas pelo Executivo destinadas a atenuar o impacto da pandemia da Covid-19.