Manuel Pinto da Costa, chegado hoje mesmo a Angola, teve a oportunidade de, através dos jornalistas, realçar ainda a importância da figura do homem e do político agora desaparecido.
Do estrangeiro chegaram também várias mensagens de condolências, com destaque para a enviada pelo Partido Socialista português. Em comunicado, "manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Lúcio Lara, dirigente histórico do MPLA e uma figura incontornável da História de Angola, antes e depois da Independência (…) um exemplo de humildade e probidade, Lúcio Lara foi sempre um amigo de Portugal e dos portugueses".
E recordam, ainda, os socialistas que, "tendo estudado em Portugal, foi na Casa dos Estudantes do Império - verdadeiro alforje de democratas e resistentes à ditadura - um ativista incansável do estudo da identidade de Angola e do seu povo".
O ex-Chefe de Estado de Cabo Verde, Pedro Pires, considerou, na sua mensagem de condolências enviada ao MPLA, que, com o desaparecimento físico de Lúcio Lara, “Angola perdeu um determinado, fiel e coerente combatente da liberdade”.
Já da Guiné Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) endereçou a suas condolências, através de um comunicado de imprensa, ao MPLA e à família de Lúcio Lara, garantindo “que o falecimento de Lúcio Lara foi recebido com tristeza, não só pelo facto de ter estado junto, nomeadamente com o Amílcar Cabral em Portugal e na Guiné-Conacri, mas, principalmente por ter sido um dos protagonistas da luta contra o colonialismo português em África”.
De Nova Iorque, numa mensagem de pesar assinada pelo representante permanente angolano na ONU, embaixador Ismael Gaspar Martins, pode ler-se que a vida exemplar, a integridade, o humanismo, a devoção e a entrega de Lúcio Lara às causas pelas quais lutou encerram lições de grande relevância, sobre as quais os angolanos deverão reflectir, na busca do exemplo e inspiração para dar resposta aos exigentes desafios que os interpelam.
Ainda ontem, os embaixadores de Angola em Itália, na Alemanha, na República Democrática do Congo (RDC) e na China ressaltaram a figura do nacionalista Lúcio Lara, falecido a 27 de Fevereiro, vítima de doença.
Em nota de condolências endereçada à Angop, a Embaixada de Angola na Itália refere que o nacionalista foi um grande combatente da liberdade do povo angolano e um dos maiores impulsionadores do MPLA, juntamente com o primeiro presidente do partido, Agostinho Neto.
Já a Embaixada de Angola na RDC lembra que o político, a par de outros nacionalistas, dedicou a vida combatendo contra o colonialismo português, para a autodeterminação do povo angolano. Por sua vez, a Missão Diplomática na China descreve-o como uma figura singular, revolucionária, convicta, um homem de acção, intelectual e lutador incansável.
Internamente, realce para as condolências que chegaram em grande número e dos quatro cantos do país, enviadas pelas duas principais forças da oposição angolana, UNITA e CASA-CE.
Em comunicado, estas forças políticas destacaram o papel do nacionalista Lúcio Lara na luta pela independência nacional. Para a UNITA, o maior partido da oposição, “Lúcio Lara encarnou os ideais do MPLA, com os quais se identificou até à sua morte”. Acrescentou ainda que “Lúcio Lara foi um destacado combatente pela independência de Angola, deixando exemplos de nacionalismo e patriotismo aos angolanos”.
A CASA-CE lamentou a morte do nacionalista, que considerou um "participante activo na luta contra o colonialismo português". Na sua nota de condolências, a segunda maior força da oposição angolana sublinhou igualmente a contribuição activa de Lúcio Lara para a independência do país.