O maior número de casos foi sinalizados na província de Luanda, nos municípios de Cacuaco (12), Viana (4), Cazenga (2), Sambizanga (1), Mulenvos (1 ) e Kilamba Kiaxi (1). Foram ainda registados 15 casos na província do Icolo e Bengo, todos no Sequele, e um na província de Malanje.

Desde o início do surto foram reportados 505 casos na província de Luanda, 132 na província do Icolo e Bengo, 67 na província do Bengo, três na província de Malanje e um na província do Huambo, com idades compreendidas entre os dois e os 81 anos, dos quais 370 (52%) do sexo feminino e 338 (48%) do sexo masculino.

Ocorreram desde o início do surto 32 óbitos, dos quais 23 na província de Luanda, em Cacuaco (21), Mulenvos (1) e Belas (1), seis na província do Bengo, nos municípios do Dande (3), Panguila (2) e na Barra do Dande (1), e outros três na província do Icolo e Bengo, todos no Sequele.

Os grupos etários mais afectados são os das crianças dos dois aos nove anos de idade com 176 casos e dez óbitos e no grupo dos dez aos 19 anos, com 176 casos e três óbitos.

O Novo Jornal soube que o Banco Mundial financiou Angola com 2,6 milhões USD para a aquisição de 1,2 milhões de vacinas.

O Ministério da Saúde pede colaboração de todos e apela à comunidade que em caso de suspeita de cólera se dirija à unidade de saúde mais próxima da sua casa ou ligue para os números: 111, 931061381, 923695482 e 934271674.

Após um período sem surtos entre 1995 e 2000, o País sofreu um enorme surto de cólera em 2011, resultando em 2.284 casos e 181 mortes, segundo o a orrganização Mundial da Saúde (OMS). O surto mais recente aconteceu entre 2016 e 2017 e afectou as províncias de Cabinda, Luanda e Zaire com um total de 252 casos e 11 mortes, números já superados nestas últimas três semanas.

Como o Jornal noticiou na tarde de quinta-feira, a maioria dos bairros e municípios de Luanda estão há vários dias sem fornecimento de água da rede pública, o que está a obrigar muitas famílias a percorrer longas distâncias para conseguir ter um recipiente cheio, mas nem mesmo em camiões-cisterna a água está fácil de encontrar, soube o Novo Jornal. Enquanto isso, a cólera alastra pela cidade.

Prevenção: conselhos do MINSA

O Ministério da Saúde recomenda à população que adopte medidas de prevenção que minimizem o risco de contaminação e transmissão desta doença diarreica aguda, causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados e que rapidamente progride, com um período de incubação curto, que varia de duas horas a cinco dias, e se transmite de uma pessoa contaminada para outra pessoa saudável através do contacto com mãos sujas ou com vómitos de pessoa doente ou com superfícies contaminadas., nomeadamente lavar frequentemente as mãos e manter a higiene pessoal de toda a família; tratar a água para beber, colocando sempre cinco gotas de lixívia por cada litro de água, e depois esperar 30 minutos antes de a beber.

Ferver a água de beber durante 20 minutos, lavar bem as frutas e os legumes com água fervida ou água tratada com lixívia; cozinhar bem os alimentos e guardá-los bem tapados.

As medidas incluem igualmente não defecar ao ar livre, usar sempre latrina ou casa de banho, manter a latrina ou a casa de banho sempre limpas e desinfectadas, manter a casa, o quintal e o bairro sempre limpos.

Em caso de suspeita de cólera, antes de levar o doente para a Unidade Sanitária mais próxima, dê-lhe muitos líquidos ou o soro caseiro, preparando um litro de água fervida e colocando uma colher de sopa de açúcar e uma colherinha de chá de sal. Agite bem antes de dar a beber.