A grua, que serviu de suporte para construção dos lotes de moradias, na década de 70, representava um perigo para os moradores das redondezas, devido ao desgaste da estrutura metálica ao longo dos anos.

Para a concretização da empreitada, a empresa teve de demolir oito residências, para facilitar a montagem de dois guindastes que suportaram a desmontagem da grua obsoleta.

O governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, testemunhou na semana passada o início dos trabalhos da obra, que ontem terminaram com a remoção da grua.

Aos jornalistas, o governador de Luanda disse que os trabalhos vão durar três meses e que as famílias que foram retiradas do local irão regressar no fim desse período, já para novas casas construídas pelo Governo.

"As famílias deixaram as residências sem qualquer situação desagradável e vão provisoriamente habitar fora desse local para depois criarmos as condições para repor essas residências, senão houver outra solução", referiu Sérgio Luther Rescova.

Com a desmontagem da grua, os moradores do lote 22 e as demais residências construídas em volta vão poder dormir descansados, sem receio de que um dia a mesma venha a cair por cima das casas.

Contentes com a acção do Governo da Provincial de Luanda, os habitantes mostraram-se satisfeitos com a pronta intervenção da empresa Gruest - Angola.

Quanto aos custos, o governador de Luanda referiu que o GPL tem o custo inicial avaliado em mais de 50 milhões de kwanzas.

Segundo Sérgio Luther Rescova, os motivos que fizeram com que a grua não tivesse sido retirada nestes 40 anos têm a ver com os custos inicialmente previstos.

"Durante esse tempo foram aparecendo várias propostas, muito mais altas que esta, se fôssemos por elas, teríamos muitas dificuldades de tirar a grua", afirmou.

Já Nelson Borges, presidente da comissão de moradores da zona 6, no Prenda, disse aos jornalistas que o processo de retirada das famílias foi pacífico e sem constrangimentos, acrescentando que os vizinhos retirados do local estão a arrendar outras residências próximas do bairro, para não terem problema de maior no futuro.

Nelson Borges explicou também que os moradores abrangidos receberam do Governo 120 mil kwanzas para arrendarem outras habitações, por três meses, até à conclusão das obras.

Moradores da zona contaram ao Novo Jornal que o equipamento, em estado de grande degradação, abanava no período da noite, sobretudo quando estava a chover, criando neles um grande pânico.

"Não apanhamos sono quando está a chover, porque a grua gira ao longo da noite. Se ainda não caiu é porque Deus não permitiu", explicaram os moradores.